"Live Kisses", de Paul McCartney, foi um dos destaques de 2012

Viviane Moreno - Do Hoje em Dia
14/01/2013 às 15:43.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:37

(MJ Kim/Divulgação)

"Live Kisses", de Paul McCartney, foi um dos grandes lançamentos do recém-finado 2012. Gravado em fevereiro, no Capitol Studios, em Hollywood, o DVD/Blu-Ray (distribuído no Brasil pela ST2) traz o registro ao vivo de 12 das 14 faixas do álbum "Kisses On The Bottom" (ficaram de fora "The Inch Worm" e a autoral "Only Our Hearts"). Outras duas músicas completam o set list: "Get Yourself Another Fool" e "My One And Only Love".

Muito bem editado, o trabalho mescla músicas com fotografias, comentários e brincadeiras de todos os que participaram do trabalho, revelando as escolhas, os caminhos percorridos e o clima entre os músicos – ao mesmo tempo, de respeito e descontração.

Convidados

Muito bem servido de bons músicos, Paul assume o microfone usado por nomes como Frank Sinatra e Nat King Cole. Eric Clapton e Stevie Wonder, que participaram do disco de estúdio, comparecem agora apenas com depoimentos. Joe Walsh faz os solos de guitarra na versão ao vivo. A cantora e pianista Diana Krall, por sua vez, convidada inicialmente para participar de apenas quatro faixas, acabou levando sua banda, assumindo a direção musical e fazendo belas introduções, solos e preenchimentos ao piano.

Paul conta que cogitou dividir o microfone com ela, o que seria natural, mas a canadense, que trouxe a experimentação e a liberdade do jazz para o trabalho, mostrou-se muito feliz nos papéis que lhe couberam. Diana acaba soltando a voz, discretamente, apenas em "Ac-Cent-Tchu-Ate The Positive", ao lado de Abe Laboriel Jr, baterista que, neste trabalho, assume as vezes de backing vocal.

Extras

Como bônus, seis versões do clipe de "My Valentine", única faixa assinada por Paul, composta para sua amada Nancy Schevell. Os vídeos mostram desde a sugestão de o ator Johnny Depp tocar violão de verdade e gravar usando suas próprias roupas (não, o visual não é figurino), até Natalie Portman brincando com o fato de ser desafinada.

Há, ainda, fotos feitas pela filha Mary McCartney para o encarte de "Kisses On The Bottom" e uma entrevista com o produtor Tommy LiPuma e o ex-Beatle, falando, entre outras coisas, sobre a vontade antiga de gravar esses clássicos da música mundial que ele escutava quando criança, com o pai ao piano e as tias cantando enquanto bebiam. Vontade adiada por muito tempo, por receio de ser chamado de aproveitador, já que muita gente já havia percorrido esse caminho. Paul acabou cedendo ante a certeza de que conseguiria fazer algo diferente. Os fãs agradecem.

Completa o pacote uma espécie de livro (capa dura), com fotos dos ensaios e das gravações e uma entrevista concedida a Elvis Costello (sem tradução), marido de Diana. Em tempo: Paul encerra a entrevista dizendo que já está com músicas para o próximo disco.

Arranjos foram feitos no estúdio, como na época dos Beatles

A alegria estampada na cara dos músicos que participaram das gravações de "Live Kisses" confirma os depoimentos dado por eles de que todos estavam bastante à vontade para dar sugestões e ideias.

Paul McCartney conta que as músicas foram decididas uma a uma, e trabalhadas dentro do estúdio, de forma espontânea, orgânica, brincando com as muitas possibilidades, como acontecia na época dos Beatles. Sempre com o intuito de fazer diferente do que já havia sido feito por outros artistas, como Rod Stewart e Robbie Williams.

Algumas músicas do disco vieram da memória afetiva de Paul. Outras, foram apresentadas a ele por Tommy LiPuma e por Diana Krall – caso de "We Three (My Echo, My Shadow And Me)"; "Get Yourself Another Fool", que começa com um solo de blues de Joe Walsh; e da emocionante "More I Cannot Wish You", que fez parte do musical da Broadway "Guys and Dolls".

O trabalho demorou quase três anos para ficar pronto.

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