Livro de Ruy Castro aborda riqueza da produção em diversas áreas da cultura

Paulo Henrique Silva
03/12/2019 às 08:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:54

(DANIEL BIANCHINI/DIVULGAÇÃO )

Um dos maiores biógrafos do país, o mineiro Ruy Castro está acostumado a se debruçar sobre a cultura brasileira, de Carmen Miranda à bossa nova, mas confessa que passou por uma saudável descoberta quando se deu conta da quantidade de pessoas importantes que viveram no Rio de Janeiro numa mesma época: os anos 20.

Nomes fundamentais da cultura brasileira, como Cecília Meireles, Bidu Sayão, Pixinguinha, Manuel Bandeira e Di Cavalcanti estavam, como diz Castro, “inventando coisas novas, absolutamente modernas, sem fazer alarde”. O resultado desta descoberta é o livro “Metrópole à Beira-Mar”, que será lançado hoje, às 19h30, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa.

“O Rio não era uma província, mas uma metrópole, cosmopolita, em que os artistas produziam na faixa do mercado. Ou seja, produziam para o consumo de milhares de pessoas e eram disputados pelo mercado”, analisa. 

Castro observa que o fato de não formarem uma “turminha” fez com que não fossem ressaltados pela história. “O objetivo deste livro é preencher essa lacuna”.

Ele observa ter construído no livro “uma cidade de 100 anos atrás que não existe mais, além de seu povo, botando para andar uma grande quantidade de pessoas que fizeram coisas”. Partiu de uma lista básica de 20 nomes e, para seu espanto, ela dobrou de tamanho ao final da pesquisa. “Alguns deles cresceram gigantescamente e outros foram diminuindo, porque não eram tão fundamentais como pensara”.

Heloísa Seixas

Ao lado de “Metrópole à Beira-Mar”, também será lançado “A Noite dos Olhos”, livro de contos assinado pela esposa de Castro, Heloisa Seixas. Embora as histórias sejam diversas, em estilos e cenários, a autora destaca um ponto em comum: a atmosfera de mistério. “Há uma coerência neste sentido, mesmo naqueles que escrevi há mais tempo, que vai permeando o livro, a partir do encontro com o desconhecido, mesmo nas situações mais banais”.

Heloisa voltou aos contos após lançar dois romances. O que não significa que buscou um pé no freio. “Muita gente acha mais difícil escrever um conto do que um romance. Vejo desta forma: o que faz um livro mais ou menos difícil é como o autor se relaciona com ele. E não a extensão dele”, registra.

SERVIÇO:
Projeto Sempre um Papo – Lançamento dos livros “A Noite dos Olhos” e “Metrópole à Beira-Mar”, às 19h30, na Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade). Entrada franca.

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