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Novembro de 2017 liga os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho – tragédias que ocorreram num intervalo de 38 meses –, ao menos nos eventos narrados em “Brumadinho: A Engenharia de um Crime”, de autoria dos jornalistas Murilo Rocha e Lucas Ragazzi. Após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, quando 19 pessoas morreram, a Vale passou a promover, segundo a investigação jornalística, promovia painéis em que a segurança das estruturas nas minas era avaliada. Quatorze meses antes da tragédia que causou 252 mortes, em Brumadinho, uma especialista apontou que o Fator de Segurança da barragem Córrego do Feijão estava abaixo do mínimo.
“A partir dali a Vale toma algumas medidas para aumentar o Fator de Segurança, mas não consegue. Isso está registrado em trocas de e-mails, relatórios, e em 2018, a Tüv Süd gera laudos de estabilidade, carimbados pela Vale, em que mudaram a ‘régua’ desse mínimo, fato que gerou inclusive os primeiros indiciamentos, por falsidade ideológica”, revela Murilo Rocha, apontando como negligência o fato de a empresa manter o Centro Administrativo da mina em um local que, segundo planos de emergência, seria atingido pela lama em menos de um minuto –o que, de fato, ocorreu, matando a maioria das vítimas.Divulgação
Livro parte das investigações de quatro delegados da Polícia Federal sobre o rompimento da barragem
Essas são algumas das histórias narradas no livro-reportagem que será lançado amanhã, com eixo nas investigações da Polícia Federal sobre o desastre de Brumadinho. “Existem coincidências impressionantes entre os dois rompimentos. Personagens se repetiram de uma tragédia para a outra, assim como alertas ignorados. Mesmo não querendo provocar o rompimento, engenheiros e executivos da mineradora fizeram uma aposta trágica ao decidir manter a situação como estava”, comenta Lucas Ragazzi.
A extensa pesquisa também se debruça sobre acidentes em barragens desde 2001, com entrevistas e documentos que permitem uma cronologia dos fatos.
Serviço
Eventos de lançamento do livro "Brumadinho: A Engenharia de um Crime”
Quarta-feira (23), às 19hTeatro da Assembleia (R. Rodrigues Caldas, 30 - Santo Agostinho)Entrada gratuita
Sábado (26), às 11hLivraria da Rua (R. Antônio de Albuquerque, 913 - Savassi)Entrada gratuita