Na falta de um fio de roteiro que sustente o suspense, dá-lhe gente saindo do nada gritando para assustar a plateia "O Chamado 3", assim como os dois primeiros episódios da franquia nipo-americana de terror, é sobre um filmeco de dois minutos que mata, dentro de sete dias, quem o assistir. É uma pena que o longa-metragem não ofereça o mesmo fim piedoso a quem aguentar seus 102 minutos de puro engodo.
O filme começa como sempre: alguém que viu o curta-metragem morre de maneira sem pé nem cabeça e passa a maldição em VHS adiante. Só que a próxima vítima é um professor universitário que envolve seus alunos num experimento para tentar tapear Samara, a menina do capeta que assombra o videotape.
A ciência não demora a falhar e sobra para um dos alunos e sua namorada, que parece ser a queridinha de Samara, evitar um desastre.
O casal, anêmico com cara de dor e que parece saído do elenco de apoio de "Crepúsculo", vai apurar a biografia da infante assassina de cara cabeluda.
Acabam numa cidadezinha, se metendo em confusões muito loucas da pesada num clima de azar completo e interagindo com personagens clichês como o padre misterioso e a dona de pousada mal assombrada.
Os executivos do cinema tentaram tirar leite da pedra que reveste o poço de onde sai a pequena alma penada que assombra os sonhos dos adolescentes.
Mas o resultado, longe de ser apavorante como foi filme original japonês ou sua primeira releitura americana, é risível.
Na falta de um fio de roteiro que sustente o suspense, dá-lhe gente saindo do nada gritando para assustar a plateia.
Ao sair de "O Chamado 3", que tem um dos piores finais da história do cinema comercial recente, o único chamado que dá vontade de fazer é para o Procon e pedir de volta o dinheiro do ingresso.