MÚSICA

Mago do improviso, Hermeto Pascoal abre programação 2022 da série 'BH Instrumental'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
10/06/2022 às 11:34.
Atualizado em 10/06/2022 às 11:37
Show acontecerá na Praça do Papa e terá a participação especial do guitarrista Arismar do Espírito Santo (Gabriel Quintão/Divulgação)

Show acontecerá na Praça do Papa e terá a participação especial do guitarrista Arismar do Espírito Santo (Gabriel Quintão/Divulgação)

Perto de completar 86 anos (em 22 de junho) e celebrado como um dos grandes nomes da música no mundo, o alagoano Hermeto Pascoal pode se dar o luxo de compor só olhando para os instrumentos, sem precisar tocar neles.

“A minha rapidez de composição é muito grande. Como já estudei muito os instrumentos, componho olhando para eles, como se fossem meus filhos. Como sempre digo, a alma não envelhece. Ela fica cada vez mais leve”, ensina.

É esse frescor que o multiinstrumentista levará para o palco da série “BH Instrumental”, projeto que retomará, neste sábado, a partir das 15 horas, o seu formato presencial após dois anos de interrupção devido à pandemia. 

Sobre o show, que acontecerá na Praça do Papa e terá a participação especial do guitarrista Arismar do Espírito Santo, pouco se sabe sobre o que o mago irá tocar. O próprio faz questão de manter o mistério em torno do repertório.

“Não sei, e é verdade. Quando eu digo que não sei é porque sei que vai rolar tanta coisa que irá me surpreender. Aí, gente, só Deus sabe”, explica Paschoal, que já lançou mais de 35 discos.

Se alguém ainda duvida sobre tamanho improviso, Arismar confirma o “tudo pode acontecer” prometida para a manhã de domingo. “Será uma capoeira bonita. Vamos improvisar juntos, dançando ao som de Hermeto”, afirma.

O veterano guitarrista, que já integrou o grupo do alagoano durante a década de 1990, chega em BH para “tocar o que ele quiser”. Claro que fez uma detida audição dos últimos discos de Pascoal para saber até onde pode ir em cada música.

“É para relembrar algumas ideias, já que não tocamos profissionalmente desde os anos 90. Mas, em todo show do Hermeto que eu fui, ele me chamou para uma canja, mesmo quando não podia (na pandemia)”, diverte-se.

Os dois são amigos de longa data, frisa o colega santista. “Nossa amizade vem desde 1977, 1978, e a gente só vai polindo. Ele está super bem, pesquisando e compondo cada vez mais. É um néctar para os olhos da gente”.

O show homenageará Rose Pidner, idealizadora do projeto que faleceu em 2019, de falência múltipla dos órgãos. Como violonista, ela participou da banda de Paschoal, apresentando-se no Montreaux Jazz Festival, em 1979. 

“A minha grande lembrança da Zabelê é o jeito dela, a maneira de dizer as coisas. Por isso coloquei esse apelido nela, porque era como um passarinho falando”, assinala o multiinstrumentista sobre a produtora cultural mineira.

SERVIÇO

Hermeto Pascoal & Grupo - Neste sábado, às 15h, na Praça do Papa (bairro Mangabeiras).

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