DUBLAGEM

Manolo Rey: a voz brasileira do personagem Sonic

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 11/04/2022 às 13:46.

Dublador brasileiro é fã do personagem azul desde a época dos videogames (Paramount/Divulgação)

Um dos principais dubladores do país na atualidade, Manolo Rey empresta a voz ao personagem Sonic desde 1997. A história dele com o ouriço azul alienígena começou após passar num teste do extinto estúdio de dublagem RGA. Em pouco tempo já estava fazendo uma das séries animadas com o personagem. A primeira de muitas.

“Era uma voz muito infantilizada, porque ele brinca muito com (o vilão) Robotnik, com a pronúncia do nome dele. Era bem desenho animado. Depois vieram outras séries e fomos mudando o tom, de acordo com uma. Quando era mais de ação, a voz tinha que ser mais rígida”, destaca.

A passagem do personagem para o cinema – o segundo longa está em cartaz nos cinemas – representou uma descoberta para ele. “O primeiro (>lançado em 2020<) foi um pouquinho de descoberta para mim, porque não tinha nada a ver com os desenhos”, registra Rey, que buscou fazer algo diferente, “sem perder a magia de tudo que já havia sido conquistado”.

Rey salienta o desafio que é dublar um personagem tão icônico, “cheio de fãs de todas as idades”. Ele lembra que há desde fãs novos, que conheceram Sonic no primeiro filme, aos adultos saudosistas, que tinham nele um dos jogos preferidos de videogame, passando pelos adolescentes espectadores das séries animadas.

“Você tem que ter a preocupação de que não é uma coisa só para criança. É para todo mundo. Todos eles terão que se divertir”, registra o dublador, que se viu envolvido numa “voz perigosa, que, para ficar falsa, é fácil, bastando só me distrair um pouco”. Uma situação que, destaca, o levou a se policiar durante todo o processo. 

Ele lembra que, diferentemente das séries, o ouriço azul está no mundo dos humanos. “O público do filme tem que acreditar que o Sonic está ali de fato, naquela sala, naquela rua, andando naquela viatura de polícia. Ele tem que acreditar que aquele ouriço está ali e existe de verdade. Se botar a mão nele, vai sentir”, analisa Rey.

Sobre a relação com a voz original, ele diz que são próximas, mas a versão americana de Ben Schwartz “é mais natural para ele (o ator), mais humanizada”, enquanto a dublagem brasileira busca dar uma suavizada, sem deixar de lado a humanização. “Por isso é um limite difícil para mim, para não ficar desenho animado”.

O dublador, por sinal, é fã de Schwartz. “Eu o adoro. Sigo-o no Instagram e ele é igual a mim. Faz muita brincadeira. O perfil se chama ‘Piadas Rejeitadas’. Por aí você já vê o nível”, comenta. Rey também dubla James Marsden, presente no elenco de “Sonic”, o que o levou a abrir mão da voz do intérprete de Ciclope, do “X-Men”.

Sobre o segundo filme, Rey adianta que o público terá muitas surpresas, devido principalmente ao aumento de personagens. “O filme está muito rico, tanto na história como no visual. Os novos personagens conquistam o público totalmente. Quem é fã de carteirinha lá de trás pode até imaginar o que virá”, revela o dublador.

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