'Martin Eden' bebe da fonte dos filmes políticos italianos, como os de Bertolucci

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
06/03/2020 às 08:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:51
 (Reprodução/Facebook)

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Martin Eden seria o “novo”, a terceira via ao liberalismo e ao socialismo, pregando o indivíduo acima de coletivismos. Jovem, autodidata e impetuoso, ele acaba frustrado, vendo-se ligado a estes dois extremos e na iminência de uma grande tragédia.

Esta leitura do filme italiano “Martin Eden”, em cartaz nos cinemas, já se completaria apenas com os romances do personagem, que se divide entre duas belas garotas – uma morena e outra loira – que representam o proletariado e a burguesia.

Marinheiro e pobre, Eden acredita que pode ascender à burguesia – e casar-se com Elena – sem precisar de uma educação formal, bastando-lhe os textos que escreve e ninguém publica. Não se encaixa neste modelo, assim como o do socialismo.

A partir do livro homônimo de Jack London, publicado em 1909, o diretor Pietro Marcello bebe da fonte dos filmes políticos italianos de Bernardo Bertolucci, especialmente ao trazer um personagem impulsivo, que acredita poder mudar o que está à sua volta.

A despeito da indefi-nição de Martin, a atuação – premiada no Festival de Veneza de 2019 – de Luca Marinelli confere a grandeza que o personagem exige: um indivíduo raro e necessário, ainda que utópico.

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