MC Mayara cai na 'Gandaia' contra o preconceito em BH

Elemara Duarte - Hoje em Dia
Publicado em 03/04/2015 às 10:49.Atualizado em 16/11/2021 às 23:29.
 (Divulgação)
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Comportada, miúda, mas, por outro lado, uma funkeira cheia de sucesso. Assim é Mayara Juliana de Souza, a “MC Mayara”, curitibana representante do eletrofunk que se apresenta em BH neste sábado, onde canta e apresenta a festa “Gandaia”, no Granfinos. Dona de lemas ultracomentados nas redes sociais como é o da “Teoria da Branca de Neve” (“Por que só ter um, se eu posso ter sete?”), a MC faz uma espécie de “funk proibidão light”.
 
Com letras contra o preconceito em relação às orientações sexuais e versos em defesa da igualdade entre homens e  mulheres nos relacionamentos, a MC tem entrado pela porta da frente em espaços voltados para o público universitário e GLBT. “Já fiz show até na USP. E estava cheio”, conta.
 
Mas, do fundo do coraçãozinho, Mayara arranca sua maior verdade e entrega um jogo: “MC Mayara é uma ficção. Sou  uma santa, se comparada ao que dizem as letras das minhas músicas”, declara. A artista não bebe, não vai em  baladas - exceto os shows, onde se restringe a trabalhar - e diz quando chega em casa, “morrendo de saudades”, só  quer cuidar da filha, Manuella, de dez meses, de quem posta fotos amorosas a todo momento no perfil do Facebook. “A única pessoa em quem confio para cuidar da minha filha é a minha mãe”.
 
“Minha mãe sempre me ensinou que ‘tudo o que eu fizesse de errado iria respingar em mim’”, lembra a MC. Mais velha entre os três irmãos, Mayara é fillha de uma ex-diarista e de um pintor da construção civil. Nasceu na periferia de Curitiba e ingressou no movimento musical da terra dela depois de mostrar um vídeo para o produtor Alexandre Alves, que a empresaria hoje.
 
Miudinha
 
Padronização também é palavra na qual a MC não se encaixa. Diferentemente das cantoras cariocas “marombadas”, de cor tropical na pele e “platinadas” na última possibilidade do loiro do Koleston, MC Mayara é baixinha, magrinha, branquinha e dona de forte sotaque sulista.
 
O estilo de “batidão” que representa é misturado com música eletrônica, o que, segundo ela, é originário do Sul do país. Algo semelhante ao que aconteceu com o “brega” no Pará, onde virou o “tecnobrega”.
 
A fama da MC de 21 anos se faz nos meios virtuais, como é tradicional entre os demais artistas da geração dela. A produção de Mayara contabiliza mais de 40 milhões de visualizações no YouTube. CDs são quatro. Eles são distribuídos gratuitamente nos shows.
  
Nesta semana, a MC postou mais um vídeo na rede social: “Gostosa na Hora Certa”, em parceria com DZ, funkeira considera a precursora do eletrofunk no país. “Quero ver ser me aguenta/ Vem com a menina abusada / Se quer ir pro mal caminho/ Te levo pra minha casa”. Você quer ir mesmo? Elas avisaram, heim?
 
Serviço
“Gandaia - Com Mc Mayara”, sábado, às 22h, no Granfinos (av. Brasil, 326, Santa Efigênia). Participação dos DJs Bukzem, Caio Moreira (Revelação 2014), Julio Mersex, Marco Vieira e Rafael Jardim (D1v4s). Ingressos: R$ 30 (lote promocional), R$ 40 (lote 1), R$ 50 (lote 2), R$ 60 (lote 3), ou na bilheteria da casa. Tel.: 3241-6127. Censura: 18 anos
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