Mônica Martelli recusou recentemente o convite para participar de um filme na Argentina para continuar dedicando-se à Fernanda, personagem que revolucionou a vida dela nos últimos 20 anos. Ao contrário de muitas atrizes que põem como meta a diversidade de papéis, Mônica sabe bem qual é o dela: “Meu tesão não está em fazer uma personagem diferente a cada vez. Não quero viver uma drogada. Quero fazer aquilo que gosto e sei falar”, declara ao Hoje em Dia.
Para ela, o sucesso das peças “Os Homens São de Marte... E é pra Lá que eu Vou” – que ficou nada menos do que 12 anos em cartaz e foi vista por 2,5 milhões de pessoas – e “Minha Vida Em Marte” – estreou em 2017 e será reapresentada neste sábado, no Sesc Palladium, é justificado por esta “verdade em cena”, em que Mônica tem total domínio do que fala, em especial sobre as relações a partir do olhar feminino. “Não faço nada em que não acredito. Daí vem a identificação com o público”.
Minha Vida em Marte está em cartaz no Grande Teatro do Sesc Palladium
“Minha Vida em Marte” é a continuação de “Os Homens São de Morte...” e, como a peça anterior, também foi adaptado para o cinema. Enquanto na primeiro Fernanda buscava encontrar o amor, agora vê-se às voltas com uma relação estagnada. Ponto de partida para Mônica refletir sobre o “até que a morte nos separe”. Para ela, é como uma pequena morte, dolorosa, mas que é apenas um final de ciclo, em que logo outro estará começando.
“A gente sofre porque houve a idealização de que daria certo. Após o luto, uma nova fase se inicia. O que acontece é insistirmos o máximo que pode, por serem dependentes financeiramente do marido, ficando presas dentro de um casamento ou por medo de ficarmos solteiras e não encontrarmos mais ninguém. A nossa sociedade é extremamente machista e valoriza mais as mulheres casadas”, avalia.
A sensação ao entrevistar Mônica é a de estar ouvindo exatamente as observações que a personagem faz durante a peça e o filme. A atriz, por sinal, adianta que uma parte dois de “Minha Vida em Marte” será lançada em 2022. “Tem que ver a agenda do Paulo Gustavo”, explica, citando o comediante que está no elenco da adaptação para o cinema. É neste ponto que o longa-metragem difere da peça. “Os temas são os mesmos, mas no filme fala-se de amizade também”, compara.
SERVIÇO
“Minha Vida em Marte” – Neste sábado, às 19h e às 21h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420 - Centro). Ingressos: Plateia III – R$ 75 (R$ 37,50, meia), Plateia II – R$ 120 (R$ 60, a meia) e Plateia I – R$ 140 (R$ 70, a meia).