Música ‘ensolarada’ em terceiro álbum de Cícero

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
13/04/2015 às 09:10.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:37
 (Divulgação)

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Há alguns meses, o carioca Cícero mudou-se para São Paulo. Sentiu alguns impactos, naturalmente, mas o principal foi a forma diferenciada como passou a encarar a antiga vida litorânea. “Eu não era bem um cara que costumava ir à praia. Mas, ao morar em outra cidade, passei a entender a diferença que faz morar perto do mar ou não. Isso influencia até na maneira de resolver problemas”, afirma o músico.

O novo olhar sobre a relação do homem com o mar foi a principal inspiração para a construção das dez faixas que compõem o terceiro álbum dele, “A Praia”, (disponível para download gratuito no site www.cicero.net.br e com disco físico distribuído pela Deck).

O resultado é um trabalho mais solar – tanto nas letras quanto na instru-mentação –, em total contraponto ao soturno “Sábado”. Enquanto o disco de 2013 termina com “Frevo por Acaso”, centrado em angústia e desabafo, este abre o repertório com “Frevo por Acaso nº 2”, em que “entre esquinas e esquecimentos, eu vou sem culpa”.

No estúdio

Além de recuperar os bons solos de guitarra de seu dèbut, “Canções de Apartamento”, o artista ainda se permitiu experimentar uma sonoridade mais cheia, com a inserção de vários instrumentos novos (para ele) na criação, como violino, vibrafone e sopros.

Para que as músicas tivessem o resultado desejado, pela primeira vez na carreira fonográfica Cícero foi para o estúdio. Fato fundamental para contrapor “A Praia” sobre os antecedentes, gravados dentro de casa de maneira bastante singular (característica importante para a estética da música do artista). 

“Esse foi meu primeiro disco em estúdio porque queria arranjos que não poderia fazer bem em casa. Senão, teria de recorrer a sonoridades do computador e isso não teria o resultado esperado”, explica Cícero, que dessa vez contou com a produção de Bruno Schulz. “Claro que isso custou uma grana, mas foi tudo de baixo custo. Nunca acreditei que era preciso ser caro para ser bom”.

No controle

Fenômeno da internet, o músico de 28 anos se tornou um bom exemplo de como é possível subverter a lógica do mercado e se destacar. O primeiro álbum dele ganhou destaque graças a um rápido “boca a boca” pelas redes sociais.

Disponibilizar os álbuns é algo do qual ele não abre mão. “As pessoas não deixam de comprar meus CDs ou meus vinis porque os discos estão disponíveis para download. E eu não sou refém de portais de streaming porque, assim, estaria apenas trocando um intermediário pelo outro”.

Os intermediários em questão são as tradicionais gravadoras e os sites que oferecem serviços de divulgação digital. “Essa loucura da internet mudou tudo para tudo. Para a música, o cinema, a política. Mudou toda a dinâmica social”.
 

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