‘Nova cara’ da Lapa lança cds após 15 anos de carreira

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
06/09/2015 às 12:10.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:39
 (Leo Aversa/Divulgação)

(Leo Aversa/Divulgação)

Título da música de Nelson Sargento, “Agoniza, Mas Não Morre” acabou se tornando também frase recorrente quando o assunto é samba. No que Alfredo Del-Penho humildemente discorda. “Acho que não agoniza. Tem muita gente ouvindo, e sempre foi assim, mesmo quando não era a música mais tocada nas rádios ou na TV”, diz ele, que está estreando em carreira solo com os álbuns “Samba Sujo” (cantado) e “Pra Essa Gente Boa” (instrumental).

Detalhe importante: ambos foram feitos com financiamento coletivo, em uma ação que envolveu mais de 700 pessoas – entre elas, Chico Buarque, que, recentemente, convidou Alfredo para dividir o palco, no bar Semente, na Lapa.

“O Chico assistiu a ‘Ópera do Malandro’, que faço com a minha companhia de teatro Barca dos Corações Partidos. Quando foi assistir ao show do Moyseis Marques, pediu que eu desse canja com ele (Moyseis) cantando a música do espetáculo. Não cheguei a cantar com ele, mas fiquei muito honrado por ter sido convidado”.

SELEÇÃO

Aos 34 anos, Alfredo, acredite, já contabiliza 15 de carreira. Anos que valeram muito a pena, segundo ele. “Aprendi muito, conheci muita gente generosa com quem toquei, troquei e criei. A cada dia me surpreendo com o que a arte me mostra”.

Os encontros da vida, a relação com o outro, diz, são os nortes de sua trajetória. “A roda de samba, o samba em si, mudou a minha vida. O CD instrumental, fiz só com músicas dedicadas aos com quem toquei, e o esqueleto foi sendo estruturado a partir das composições que tinha – e eram mais de 100”.

Como se deu a seleção? “Escolhi as que dessem um panorama mais diverso das minhas influências”. Já o CD de samba é um disco de intérprete. “Foi norteado pelo que queria dizer, por mostrar como o samba fala sobre alguns temas e, principalmente, por músicas que mostrassem como nossos intérpretes inventaram uma maneira brasileira de se usar a voz, de se expressar”.

Detalhe: “Quando Te Esqueci” e “Ponto Final” foram compostas para a ex-namorada mineira.

“Uma surgiu quando eu ensaiava no espelho dizendo que tinha esquecido ela, e sempre terminava dizendo que não tinha esquecido. Já ‘Ponto Final’, compus a partir da resposta dela quando a procurei criando uma desculpa...”, admite.

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