O amor à natureza... e a busca (cada vez mais justificável) pela paz interior

Elemara Duarte - Hoje em Dia
20/12/2014 às 11:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:26

(Carlos Hienck/Hoje em Dia)

O que aproxima duas mulheres, uma belo-horizontina, filha de um tratador de serpentes aposentado, e uma escocesa, neta do jardineiro-chefe de um castelo viking? A resposta é: o amor à natureza e a busca pela paz interior. A primeira é Eliene Rosa de Abreu, que neste ano foi a única mulher a vencer a categoria “jardineiro destaque” do Concurso Cidade Jardim 2014. A outra é a ilustradora Johanna Basford, que traz ao Brasil agora, pela Editora Sextante, o best-seller “Jardim Secreto: Livro de Colorir e Caça ao Tesouro Antiestresse”.   Há seis anos, Eliene escolheu os jardins da Fundação Zoobotânica de BH para trabalhar e fugir do esgotamento que o serviço em telemarketing lhe provocara. Johanna, por sua vez, se viu inspirada pelas memórias dos jardins onde brincava quando menina para fazer um dos livros mais vendidos no planeta, hoje.   Elas não se conhecem, mas têm um consenso baseado na intuição de que a natureza pode mudar vidas – seja com a mão na terra ou no lápis de cor. “Este livro é ideal para mim”, disse Eliene, ao folhear o livro de Johanna, com desenhos para colorir.   Aos 34 anos, Eliene é casada, tem uma filha de cinco anos e está grávida de um menino. Ela é uma das quatro “jardineiras” da fundação, em um universo de mais de 20 jardineiros – “capineiros” são outros tantos. E Eliene garante que ela e as colegas se fazem respeitar. A jardineira – que tem flor até no nome – foi escolhida pelos colegas na manutenção do Jardim Japonês, criado em 2008. “Gosto de trabalhar com as flores, elas respondem com mais alegria ao cuidado que a gente dá”. E diz que o trabalho em equipe é fundamental.   Eliene está acostumada com a natureza da fundação desde a infância. Afinal, o pai, Paulo Emílio de Carvalho, tratador de répteis que se aposentou na instituição, sempre estimulou esta convivência. Quando cresceu, Eliene se formou em química no Ensino Médio, exerceu a profissão por pouco tempo e optou pelo trabalho no telemarketing – onde não foi muito feliz. Ficaram para trás os clientes agressivos, assim como, os chefes indiferentes, que exigiam metas inalcançáveis. Hoje, se dedica ao plantio, à poda e à retirada de ervas daninhas para que os geométricos jardins permaneçam lindos de ver. “Tem que ter paciência. Depois do trabalho, fico olhando o que fiz. Sobrou um galhinho, volto e arrumo”, ensina.

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