Uma obra da artista plástica Clara Claus está longe de ser um trabalho apenas. É encontro entre pintura e escultura que dialogam e sustentam-se em uma mesma plataforma. Nos últimos meses, a francesa de 28 anos, residente em Nova York, vem dedicando-se ao projeto batizado “Systèmes” – que conta a série “Mount” (‘Monte’ em português).
Nela, pinturas abstratas e multicoloridas são projetadas para a frente a partir da mudança de ângulo do observador – como acontece com obras em 3D. Considerando diferentes perspectivas, o que parece ser apenas um quadro na parede ganha novos desenhos, contornos e formas a partir da interação do público. Ganha status de multi-obra ao oferecer diferentes possibilidades.
“Em ‘Systèmes’ a tinta é empurrada para um mundo tridimensional. É um desafio de perspectiva que tem na tridimensionalidade a ajuda para ancorar todos esses fragmentos de pinturas para o movimento espacial”, explica Clara. “Mount”, especificamente, é feita com pirâmides de madeira pintadas a óleo. Com a mudança de ângulo e alteração das próprias peças a obra pode ser infinitamente reinventada.
Planos para o Brasil
Em entrevista concedida de Banyuls, pequena cidade do sul francês, a artista garante que os planos para morar por aqui sempre batem à sua porta. “Sinto que o Brasil é um lugar onde vou construir um pouco da minha história, mas não tenho certeza de quando ou como. Fazer uma residência seria uma maneira perfeita para passar um tempo neste contexto altamente simbólico e importante para mim”, comenta.
Filha do guitarrista Pedro Soler e irmã do Violoncelista Gaspar Claus, Clara planeja, no próximo ano, conhecer o Brasil com a família. “Os dois estiveram aí recentemente para projetos musicais, mas eu ainda não tive a oportunidade. No próximo ano, nós planejamos uma viagem juntos. Será uma boa maneira de criar um primeiro encontro e compreender este país que parece tão fantástico. Eu tive 28 anos para imaginar o Brasil, agora é hora de ver sua realidade”.