O lado pop do Maranhão na voz de Flávia Bittencourt

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
22/04/2013 às 11:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:01

Em seu terceiro álbum, a maranhense Flávia Bittencourt decidiu diminuir o sotaque nordestino, fazer algo mais universal. Mas não teve jeito. As raízes estão lá bem apresentadas. "Eu procurei não carregar tanto na linguagem, mas é inegável a influência da cultura. Faz parte da minha bagagem", reconhece a cantora, que lançou recentemente o álbum "No Movimento", de forma independente.
 
Se em seus álbuns anteriores ("Todo Domingos", de 2009, e "Sentidos", de 2005), a cantora explorou o Tambor de Crioula, o Bumba Meu Boi, a Festa do Divino e outras manifestações culturais do Maranhão, em "No Movimento" ela buscou uma linguagem sonora voltada ao pop.

O Nordeste está presente em alguns dos compositores escolhidos – como Fagner e Zeca Baleiro, que também faz uma participação em "Parangolé", composta pelo maranhense César Teixeira.

O tal sotaque pode ainda ser percebido, embora não de forma tão aberta, nas composições de Flávia. Das dez faixas, quatro são assinadas pela cantora – sendo uma delas uma melodia criada para um poema de Ferreira Gullar. "Esse é um álbum em que eu quis ressaltar o meu lado compositora", diz.

Franqueza

O grande destaque do repertório é a música "Franqueza", composta por Luiz Melodia e Renato Pial especialmente para Flávia. É uma composição que fala da força da artista e de sua herança maranhense.

"É no palco que sou franca/ Solto a voz, quebro carranca/ Minha prece vem do mar/ Nossa vida no comando/ Num sol maior" é um trecho que mostra um pouco da homenagem dos prestigiados artistas para a "afilhada" de São Luís.

"Luiz Melodia é um parceirão, meu grande padrinho ao lado do Dominguinhos. Depois que me mudei para o Rio de Janeiro, ele fazia participações em meus shows, sempre me tratando com maior carinho", diz Flávia Bittencourt. "Quando falei que ia gravar esse disco, ele prontamente me falou que me daria um presente".

Flávia saiu de São Luís para estudar música em São Paulo em 2001, largando para trás os estudos na faculdade de Farmácia. Não demorou muito a cantar em casas da Vila Madalena.

"Eu tinha a gravação de um show feito no teatro de São Luís e usei isso para mostrar ao pessoal do Sesc. Deu certo e a produção me chamou para participar do projeto ‘Prata da Casa’, em 2002", diz.

Mudou-se para o Rio em 2006, para estudar piano, quando estreitou laços com pessoal respeitado, como os que participam de seu álbum. Contatos tão bons que a cantora participa em breve de um "Som Brasil", interpretando músicas de Lenine e Chico César, e mostrará suas composições em um navio que vai de Recife à Espanha.

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