O livro sobre um sonho que não aconteceu

Elemara Duarte - Hoje em Dia
30/03/2014 às 07:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:50
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

Numa época do ano, como esta pela qual passamos, Joaquim José da Silva Xavier “movimentou-se livremente pelo Rio de Janeiro, fazendo não se sabe quantas visitas a quem. Era um homem com pressa e a revolução estava atrasada. Mas sua vida mudou repentinamente (...). Tiradentes era seguido, melhor tomar cuidado. Assustado, o soldado perguntou o por quê. Talvez por contrabando”.    O trecho acima faz parte do livro “1789: A História de Tiradentes e dos Contrabandistas, Assassinos e Poetas que Lutaram Pela Independência do Brasil” (Editora Nova Fronteira), do jornalista Pedro Doria. Nas lojas nesta semana. Mas por que um jornalista carioca escreveria sobre Inconfidência Mineira? “É um dos símbolos mais importantes da história brasileira. Isso, porque é o sonho que não aconteceu. Por muito pouco, a revolução não aconteceu”, justifica o autor.   A “revolução” a que se refere Doria é a independência do Brasil e o caminhar da nação que surgia na trilha republicana. No próximo dia 21 de abril, serão lembrados os 222 anos da morte, por enforcamento, de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, considerado o “mártir” deste sonho naufragado entre montanhas mineiras – vide a capa do lançamento. O autor lembra que a independência do Brasil foi “entregue” aos brasileiros pela família imperial portuguesa. “Nós não conquistamos essa independência. Isso significa que o Brasil não foi construído pelos brasileiros”, acrescenta.   E se...   Caso a revolução em 1789 tivesse vingado, como era o plano dos inconfidentes, o Brasil teria “a segunda revolução liberal do mundo”. Isso, depois da Guerra da Independência dos Estados Unidos e antes da Revolução Francesa, quando os poderes da nobreza e do clero caíram por terra.    Daí, o agravante pra massa é que seria mais desafiador. “Um grupo de brasileiros ia ter de pensar o que é uma república democrática. Este era um conceito que estava sendo inventado”, cogita.   Neste caso, o autor acredita que o Brasil teria feito parte da criação do regime “mais relevante” que existe hoje, que é a “república democrática”. Como se vota? Como é a Justiça? Como funcionará a educação?    Enfim, seria verde e amarelo o plano de gestão de um país tentando ingressar na contemporaneidade. Só que não...

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