Os artistas Augusto Fonseca e Nerino de Campos abrem, nesta quarta-feira (9), a temporada 2013 de exposições na galeria de arte do BDMG. Eles foram selecionados no ano passado pelo programa de artes plásticas do BDMG Cultural.
A comissão avaliadora encontrou nos dois trabalhos individuais uma ligação, já que ambos falam de sentimentos e conflitos que "perturbam" a consciência.
Augusto Fonseca traz 20 peças que formam a série "Quando Penso ter Razão". "Comecei com as cabeças partidas que vão ganhando identidade nova. Vejo como o desejo de mudanças", comenta o artista.
Ele revela que quando começou a pintar, o trabalho tinha um viés mais geométrico e matemático, mas começaram a surgir as cabeças que ganharam uma identidade nova: "As cabeças se abrem para mudanças, novos compromissos e visões", destaca Fonseca.
Utilizando-se de cores quentes, ele conta que as expressões foram formadas naturalmente em função da aquarela diluída. "Apresento cabeças que se rompem e assumem nova configuração por meio dos cortes e dobragens. A geometria é reinventada para compreender as deformações contínuas", ressalta o artista.
Um tom mais sombrio
Foi com a dor de ver tudo desmoronando à sua volta que nasceu a pintura mais sombria de Nerino de Campos. Assim ele explica sua inspiração.
O artista plástico criou 70 pinturas – tinta acrílica sob cartão- que resolveu batizar de " Pequenos Formatos, Grandes Formas". Um questionamento da alienação da sociedade.
De acordo com Campos, suas telas ganharam forma e sentido durante o processo de execução, gerando significado no momento de finalização das obras. "Nada meu é planejado com antecedência. Tudo é resolvido no ato da execução e só no fim é que vejo de onde tudo partiu assim como a motivação", comenta o Campos. Dessa forma o nome das obras é colocado no final e, na maioria das vezes, tem forte referência à condição humana.
Serviço
Visitas a partir de quinta-feira (9) na Galeria de arte do BDMG (rua Bernardo Guimarães, 1600, Lourdes). Entrada gratuita.