Obras no antigo DOPS previstas para 2019; local vai abrigar Memorial de Direitos Humanos

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
05/12/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 04:05

(Riva Moreira)

O prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais (DOPS-MG) deverá receber, a partir de 2019, obras para abrigar o Memorial de Direitos Humanos Casa Liberdade. O projeto, lançado em abril deste ano, tinha previsão de ser inaugurado ainda em 2018.

“É tempo de contar a verdade, mostrar o que realmente aconteceu e relembrar pessoas que, apesar de não estarem aqui, têm o devido lugar na história da cidade”, afirma a socióloga Celina Albano, que teve amigos presos no local e esteve em visita guiada por lá, nessa terça-feira (4).

A ação, que objetiva proporcionar a estudantes conhecimento sobre o DOPS, teve a quarta e última edição em 2018. 

“Explicando o significado dele, fica mais fácil entender o que vai ser o Memorial”, sublinha Vanuza Nunes, diretora de Memória e Verdade da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac).Riva Moreira

Felipe Hoffman participou da visita guiada 

Além dos encontros, exposição itinerante na avenida Bernardo Monteiro, bairro Funcionários, que começa na próxima semana, apresentará um pouco mais sobre o conteúdo projetado para o espaço. 

“A exposição será durante a Mostra de Direitos Humanos, entre 10 e 14 de dezembro, e trará obras baseadas no conceito do que virá a ser o Memorial”, detalha Vanuza Nunes. Atividades como a exibição de filmes que tratam da ditadura militar estão na programação.

Primeira vez

Visitas guiadas, como a dessa terça-feira, permitem a troca de experiências entre quem vivenciou esse momento da história brasileira e aqueles ávidos por informações daquele tempo.

Uma das presenças foi a do aposentado Salvio Humberto Penna, de 75 anos, preso e torturado naquele período. “Estou entrando aqui pela primeira vez com os olhos abertos. Antes, entrei e saí encapuzado”, relatou. 

Para o estudante universitário Felipe Hoffman, de 30 anos, a iniciativa tem extrema relevância. “Ver esses relatos tomando forma por meio do espaço é incrível. É uma sensação de angústia, mas de esperança que isso se transforme em um museu”, acredita.

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