Olhares musicais: fotógrafo e videomaker Flávio Charchar é referência em registros de shows

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
09/09/2017 às 22:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:29
 (Priscila Santos/Divulgação)

(Priscila Santos/Divulgação)

Talvez você não saiba, mas muito provavelmente já cruzou com Flávio Charchar em shows e festivais de Belo Horizonte. Certamente, também já esbarrou com seus cliques pelos impressos ou timelines da vida. Cria de um ambiente musical, o fotógrafo e videomaker mineiro é, hoje, uma referência quando o papo são registros de apresentações ao vivo, principalmente de bandas e artistas da cena independente.

Aos 31 anos, Charchar acumula uma experiência volumosa de coberturas musicais. Já trabalhou com festivais como Conexão Vivo, Virada Cultural, Savassi Festival, Natura Musical, Pequenas Sessões, Sofar Sounds Brasil e Transborda, do qual é um dos realizadores. “Sou frequentador do Matriz desde os 15 anos, quando comecei a acompanhar o mundo autoral, influenciado pela Diesel. Ouvir música e ir a shows sempre foi algo muito presente na minha vida”, relembra Charchar, citando a icônica banda de rock que fez história nos anos 2000.

Formado em publicidade, ele conta que a virada do público para os backstages veio em 2012, quando abraçou o desafio da fotografia. “Inicialmente, comecei trabalhando com vídeo. Quando foi fundada a Casa Fora do Eixo Minas, cobrimos o carnaval de rua de BH e surgiram demandas de fotografia. Comecei a fazer alguns cliques e vi que estava dando certo, que sentia muito prazer naquilo”, conta o mineiro, que integrava o Coletivo Pegada, à época vinculado ao Fora do Eixo. 

A partir daí, Charchar aprendeu os macetes da fotografia “na raça” e passou a acumular vivências complementares à vida musical. “Acho que um diferencial é o fato de eu ser músico e entender o palco. Por essa experiência, consigo ver detalhes como um trejeito que o músico faz num determinado momento, um olhar que troca com outro integrante da banda”, afirma o mineiro, que já tocou guitarra em bandas como Julgamento e Djambê. “Quero gravar um disco solo, com composições minhas. Mas é um projeto para o futuro”, adianta. 

Além de mais de 40 mil fotos de shows e festivais, Charchar acumula cliques de divulgação de artistas como Tiago Iorc, Anavitória, Arnaldo Antunes e Túlio Araújo, entre outros. “Um que me marcou muito foi o Lô Borges. Entrar na casa dele, onde está o piano em que compôs suas canções, foi muito marcante”, relembra, pontuando que, atualmente, busca equilibrar os trabalhos de fotografia e vídeo. “Acabei de fazer o clipe do ‘Old and Gray’, do Young Lights, e devo fazer um do Aldan em breve”, ressalta. 

Para Charchar, fotografar músicos e bandas é, antes de tudo, participar da construção de uma história visual. “As fotos são um legado visual. Então, me vejo como parte de um acervo estético dessas figuras. Dá um certo medo, porque você vai marcar aquela memória”, afirma, lembrando que tem fotos suas, por exemplo, em um livro comemorativo sobre a carreira de Bibi Ferreira. “Entende? É a minha arte interferindo na arte daquela pessoa. Ao fotografar, também vou fazer parte daquela história”, finaliza. 

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