A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais abre sua programação de 2014 com uma homenagem a um compositor brasileiro. Entre as três peças que serão apresentadas no concerto desta noite está “Museu da Inconfidência: Impressões de uma Visita em 1966”, obra de César Guerra-Peixe, que completaria cem anos no dia 18 de março. A regência é de Marcos Arakaki.

A noite conta ainda com peças de dois dos maiores compositores da história da música: o “Concerto para Piano nº 24”, de Mozart – tendo como solista a jovem pianista sul-coreana Joyce Yang – e a “Sinfonia nº 5”, de Tchaikovsky.

O concerto desta noite é uma das várias celebrações que estão feitas Brasil afora sobre o centenário de Guerra-Peixe (1914-1993). Em “Museu da Inconfidência”, o autor fez uma homenagem ao famoso museu de Ouro Preto, fazendo referência às salas do museu nos momentos da música.

“Juntamente com Villa Lobos e Camargo Guarnieri, Guerra-Peixe foi importante nome de uma escola nacionalista, em que os autores exaltaram temas folclóricos e os transformaram em música erudita. Foi uma contribuição muito grande para uma música de concerto criada a partir de nossas raízes”, explica o maestro Marcos Arakaki.

Erudito e popular

Guerra-Peixe se tornou famoso pela maneira com que aliou a música erudita e a popular. Nas décadas de 1940 e 50, estudou a música tradicional de Pernambuco e do interior de São Paulo, incorporando a linguagem que conheceu em manifestações bem populares.
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537), hoje, às 20h30. Plateia I: R$ 70; Plateia II: R$ 54; Plateia superior: R$ 36

"Sinfônica no Museu" retorna na quarta

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais retoma esta semana seu projeto “Sinfônica no Museu” com uma novidade. O evento gratuito, que atrai sempre bom público ao Museu Inimá de Paula, passa a contar com dois concertos – sendo a sessão extra apresentada no dia seguinte, no mesmo horário.

No concerto desta semana, o maestro Marcelo Ramos e a Sinfônica executam a “Suíte para Sopros”, do alemão Richard Strauss – uma homenagem aos 150 anos de nascimento do compositor alemão, celebrado no dia 11 de junho –, e a “Sinfonia de Câmara para Orquestra de Cordas”, do russo Dmitri Shostakovich (1906-1975), que ainda não havia sido tocado pela Sinfônica.

Composta em 1960, a melódica obra de Shostakovich é um tributo às vítimas do autoritarismo e do fascismo na Rússia. Por várias vezes, o compositor teve problemas com o governo soviético (com alguns casos de censura).

Democratização

O projeto no Inimá de Paula é um bem-sucedido projeto de democratização da música erudita. “Teremos o projeto ‘Concertos no Parque’ durante oito domingos e o ‘Sinfônica no Museu’ com cinco concertos. Queremos intensificar o potencial da Sinfônica de levar a música erudita para diferentes espaços”, afirma Marcelo Ramos. Desde sua estreia, em 2010, o “Sinfônica no Museu” foi visto por mais de 3.000 pessoas. (CO)

“Sinfônica no Museu” no Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1201), quarta e quinta-feira (26 e 27), às 20h. Gratuito
 

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