Oswaldo Montenegro lança filme e faz show em BH

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
19/09/2013 às 17:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:34

Quando o rock brasileiro surgiu, no final da década de 70, Oswaldo Montenegro já se apresentava na contramão, lançando uma espécie de valsa com “Bandolins”. No cinema, não é diferente. Com seu segundo longa na direção, “Solidões”, uma bizarra mistura de gêneros, o cantor sabe que será “amado e odiado para caramba”. E avisa: “Não sou esse tal de cineasta”. Montenegro criou um eficiente mecanismo de defesa, permitindo-se ser criticado e ainda dar razão a seus detratores. Foi assim que desarmou os jornalistas no lançamento do filme no “Cine Ceará”, em Fortaleza, há pouco mais de uma semana.

O espectador mineiro poderá tirar suas próprias conclusões com a sessão gratuita (82 lugares) neste domingo, às 18h, no Cine Sesc Palladium (av. Augusto de Lima, 420). “Solidões” será um aperitivo ao show que ele fará às 20h30, no Grande Teatro, onde cantará seus sucessos, além de três músicas do filme: “A Lógica da Criação”, “Amores” e “Solidões”. Ingressos entre R$ 20 e R$ 80.

São poucos os cantores que se aventuram no cinema (Caetano Veloso é um deles), mas a maneira como Montenegro amortece as críticas foi vista em “Léo & Bia”, seu trabalho anterior. “Decidi pegar a bandeira da irresponsabilidade, no bom sentido. Acredito nesse papel, que às vezes dói, de exercer com absoluta liberdade a arte que faço”.

Erro

Para Montenegro, o erro de qualquer artista é buscar a unanimidade. “Devemos aplaudir quem inventou a penicilina ou Beethoven, que fez nove sinfonias. Nós fazemos quatro ou cinco canções e nos achamos no topo do mundo”. Na receita do cantor, a saída para o artista é correr risco. A mistura de gêneros, feita de maneira proposital, quando tenta manifestar a sua visão sobre a solidão contemporânea, é “uma maneira de radicalizar para valer”. Explica que “foi indo de acordo com o que o coração mandava”. Filmou durante um ano o que “restou daquilo que Madalena (Salles, flautista, ex-esposa e agora roteirista) não esculhambou”.

O diretor, que também atua (no papel de diabo), produz, monta e compõe a trilha do filme ( Vanessa Giácomo está no elenco), buscou uma estética não realista, fazendo com que “os terrenos se invadam”. Tal liberdade foi conquistada porque não ficou à espera de dinheiro público. Pôs a mão no bolso, além de receber R$ 50 mil do Canal Brasil. “Fazia show e filmava. Quando o dinheiro acabava, parava, Se não fizer as coisas, vou para o hospício”, disse. l


Serviço
Lançamento do filme "Solidões", às 18 horas, no Cine Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420 - Centro). Entrada gratuita.

Show com Oswaldo Montenegro, às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Avenida Augusto de Lima, 420 - Centro). Ingressos: entre R$ 20 e R$ 80.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por