Monólogo é inspirado no best-seller homônimo de Thaís Vilarinho (Jonatas Marques/Divulgação)
Não será possível distribuir abraços carinhosos nas mamães da plateia. Muito menos carregar algumas delas no colo, como a atriz Miá Mello já fez em outras sessões de “Mãe Fora da Caixa”, cartaz deste sábado e domingo, no Teatro do Sesiminas.
“Antes da pandemia, eu descia (do palco) e abraçava as mães de primeira viagem e as pegava o colo, literalmente. Apesar disso, há uma troca constante com a plateia, um olho no olho, um jogo em que recebo de volta durante a peça inteira”, registra.
A maternidade, como já dá para notar, é o tema central, embalado com humor e muita cumplicidade. “Começo falando que não é um retrato da minha maternidade, mas poderia ser. Ela é uma coisa única, mesmo sendo tão diferente”, salienta.
No caso de “Mãe Fora da Caixa”, a interação já teve início antes mesmo da peça estrear, em 2019, no Rio de Janeiro. Miá lembra que tanto ela quanto a autora Cláudia Gomes e a diretora Joana Lebreiro têm dois filhos, nascidos num intervalo de cerca de oito anos.
“Foi uma coincidência muito rica. Algo que levaria pelo menos um mês para acontecer, em minutos já mostrávamos entrosamento e química. A maternidade nos uniu”, observa a atriz, que se valeu de sua maternidade como “campo de pesquisas e estudos”.
Ela destaca que, mesmo com uma grande rede de apoio, as mães – iniciantes ou não – compartilham um mesmo sentimento: uma intensa solidão. “É onde cultivamos nossos medos e inseguranças. É muito difícil colocar essa vulnerabilidade enquanto mãe para os outros”.
A peça é baseada no livro homônimo de Thaís Vilarinho, autora conhecida nas redes sociais por mostrar o lado real da maternidade. “Ele não tem história. São mais sensações. E por isso convidamos a Cláudia para conceber toda a narrativa”, explica Miá.
No dia em que atendeu à reportagem do Hoje em Dia, a atriz participava da última semana de filmagens do longa “De Pai pra Filho”, dirigido e roteirizado por Paulo Halm, definido como uma “dramédia” sobre relacionamentos familiares.
“Recebi o convite do Paulo Halm depois de ele me ver na peça. Disse que eu seria a Diana perfeita. O filme também tem uma parte forte sobre maternidade, que começa de forma invertida, com a filha sendo fundamental para o ‘resgate’ da mãe para voltarem a tocar a vida”, adianta.
SERVIÇO“Mãe Fora da Caixa” – Sábado, às 20h, e domingo, às 18h, no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60). Ingressos: Setores I e II – R$ 100 (R$ 50, a meia). Plateia III – R$ 80 (R$ 40, a meia).
Leia mais