Pedro Gabriel vira fenômeno na web e no mercado editorial com projeto Poesia e guardanapo

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
10/02/2014 às 08:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:55

(Divulgação)

Pedro Gabriel nasceu no Chade, um país sem acesso ao mar, localizado no centro-norte da África. Filho de pai suíço e mãe brasileira, desembarcou no Rio de Janeiro aos 12 anos – e até os 13 não formulava uma frase completa em português.


Aos 29 anos, é o poeta queridinho do momento do mundo virtual. Uma história que começou em 2012, quando ele passou a publicar na internet poemas que escrevia em guardanapos de uma cafeteria.


Não demorou muito para Pedro tornar-se fenômeno e, com os seus mais de 500 mil seguidores no Facebook, foi mais fácil ainda ser fisgado por uma grande editora que enxergou o talento do publicitário-escritor e convidou-o a criar seu primeiro livro.


E é com o batizado “Eu Me Chamo Antônio” (Editora Intrínseca, 192 páginas, R$ 24) que o moço desembarca em Belo Horizonte no dia 13 de março, onde faz, a partir das 19h30, o lançamento do livro.


“O personagem Antônio nada mais é do que a forma que encontrei para expressar pela escrita os sentimentos que não consigo dizer pela fala. Acredito que corações partidos e qualquer outra situação vivida ajudam a criar. Os guardanapos são uma espécie de espelho de tudo o que vi, vivi ou li até hoje”.


O primeiro guardanapo

Pedro estava voltando do trabalho após um dia cansativo quando resolveu parar no balcão do tradicional Lamas, no Rio, para tomar um chope e relaxar. “Enquanto esperava o pedido, fiquei rabiscando no único pedaço de papel que havia na minha frente: o guardanapo. Acabei gostando do resultado e decidi fotografar aquela criação, que dizia: ‘Primeiro, o encanto. Depois, o desencanto. Por fim, cada um pro seu canto’”.

Por ter se tornado conhecido por causa internet, a maior parte dos seus leitores on-line é jovem. No entanto, durante os lançamentos que faz Brasil afora, gente de toda idade aparece pedindo um autógrafo.

“Saber que você de alguma forma contribuiu para que outras pessoas mergulhem novamente no universo dos versos talvez seja até mais bonito do que qualquer poema que eu já tenha escrito”.

Vale dizer que todos os guardanapos de Pedro, desde o primeiro que fez em outubro de 2012 até o mais recente que criou, nasceram no balcão do Lamas. “Acho que lá existe uma magia. Talvez seja o chope”, diz o moço, aos risos.

 
Depois do terceiro chope...

“Quando comecei a desenhar palavras nos guardanapos, eu tinha uma regra: só pedia um novo chope quando terminasse um guardanapo. Para fazer a conta, era fácil. Cada guardanapo equivalia a um chope”, conta o escritor, aos risos, para completar em seguida: “Hoje, procuro não me forçar a criar. Escrevo ou desenho quando a ideia vem. Não adianta forçar amizade com ela. É ela quem te chama para tomar um chope e trocar uma ideia. Teu papel nesse processo criativo é esperar a ligação. Uma dica: esteja sempre pronto para sair, senão ela acaba chamando outra pessoa mais preparada para recebê-la”, aconselha.

 

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