Personagem Chaves inspira curta-metragem rodado em Minas

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
12/10/2015 às 08:34.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:01

(Hoje em Dia)

Quem são os pais de Chaves? Qual é a ascendência dele? E por que virou um menino de rua? Essas respostas não estão presentes na famosa série mexicana que atravessou gerações, ainda em exibição na TV brasileira. Mas o curta mineiro “Moleque” dá algumas pistas sobre temas que sempre intrigaram os fãs de “Chaves”.

Inspirado no programa infantil, o filme “dá um passo a mais sobre esse segredo”, de acordo com o diretor Marcos Pena, outro “sabe-tudo” sobre frases como “Sem querer querendo”, “Você não vai com a minha cara?”, “Gentalha! Gentalha!” e “Ninguém tem paciência comigo”.

Realizador incorporou outras referências ao cultuado seriado

Marcos Pena é tão fã do personagem criado por Roberto Bolaños, falecido no ano passado, que corrigiu um erro de tradução em seu curta, algo que só os entendidos sabem: o nome Chaves é uma apropriação de “El Chavo”, título original da série que, em espanhol, significa “O Moleque”.

O realizador incorporou muitas outras referências ao seriado, embora sua intenção não seja copiá-lo. “Quis criar o Chaves na vida real, a partir do conceito inicial do programa, em que menino de rua chega a uma vila, conhece o Seu Madruga, que lhe dá um sapatinho, e resolve ficar por lá”, observa.

Por sinal, Seu Madruga é Soneca no curta. Assim como Quico vira Fred e Chiquinha, Fran. “Não queria que a referência ficasse tão evidente. Além disso, tiro a coisa caricatural para dar um tom realista, usando atores crianças”, salienta Marcos.

E há também uma cara brasileira, explícita nas locações. A vila do Moleque é uma comunidade real, a Ponta Porã, no Santa Efigênia, “um cenário magnífico, todo grafitado, longe de ser uma vila com casas de tijolos expostos”.

Não vá esperando também reproduções dos jargões famosos da série. Nada é muito explícito. “Na internet, fizeram adaptações de personagens famosos com um conceito realista. Busquei algo da minha infância que eu pudesse fazer. Tinha que ser algo palpável e Thundercats e He-Man não serviam. Aí lembrei do Chaves”.

ALÉM DISSO

Os produtores de “El Chavo” já estão cientes da realização do filme mineiro. De acordo com Marcos Pena, eles ainda não deram um parecer sobre a obra. Como se trata de um projeto cultural sem fins lucrativos, ninguém irá cobrar direitos autorais por apropriação do personagem. “Como não tem um foco comercial e a referência é citada nos créditos, não há problema”, registra o diretor, que recebeu uma assessoria jurídica nessa área.
Algo que também não impedirá uma carreira internacional do curta, caso haja interesse de distribuidoras, especialmente da América Latina, onde o menino de rua virou um símbolo da infância.

“Chaves” estreou na mexicana Televisa em junho de 1971, mostrando um menino de rua que tirava do sério os moradores de uma vila. A última transmissão aconteceu em janeiro de 1980.

 

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