![(Nélio Rodrigues/divulgação)](https://www.hojeemdia.com.br/image/policy:1.1052167.1738965030:1738965030/image.jpg?f=2x1&w=1200)
Autor da obra “200 anos de Independência - A indústria e o Futuro do Brasil, em parceria com o escritor e ex-senador Cristóvam Buarque, o poeta e jornalista José Edward Lima lança um novo livro neste sábado, em Belo Horizonte. “Poemas Vagabundos” reúne 64 textos em 100 páginas. Parte do material foi publicada originalmente em “Pátria Que Pariu!”, lançado em 1989 pela editora Novilíngua e relançado em 2007, em edição ampliada, pela Autêntica. Os demais foram compostos pelo quase sexagenário Edward nas últimas duas décadas.
O trabalho integra a coleção Infame Ruído, que inclui obras de 25 poetas contemporâneos - 18 brasileiros e sete africanos. Parte da tiragem vem sendo doada a escolas dos 25 municípios com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Minas, numa iniciativa do Instituto Daghobé, que há 16 anos atua na realização de projetos sócio culturais no chamado Grande Sertão mineiro.
Neste seu novo livro, José Edward expõe, de forma poética, mas cáustica e contundente, suas inquietações acerca de questões que o afligem como ser humano e, principalmente, sua visão “nua e crua” sobre mazelas sociais, econômicas e políticas que atormentam e assolam “a pátria que nos pariu”. Tal “mixórdia de sentimentos” está bem resumida nesse trecho do poema “Margens Pérfidas”: “Somos todos seres reais e imaginários / atávicos e utópicos / sincréticos e semiológicos / Vivemos do que fomos e para o que seremos / Em todo ser há uma margem a fecundar veias poéticas / mesmo nas pátrias prostituídas por impávidos colapsos / ou gigantes relapsos pela própria crueza”.
No texto de apresentação de “Poemas Vagabundos”, o poeta, ensaísta e produtor cultural Anelito de Oliveira, ex-diretor do Suplemento Literário de Minas Gerais e fundador do Instituto Daghobé e da Inmensa Editorial, afirma que o norte-mineiro José Edward Lima é, fundamentalmente, um poeta que atravessa com altivez diversos campos disciplinares, a começar pela comunicação, passando pela política e a economia.
“É um poeta sério, com uma lucidez cortante sobre o tempo presente, e que por isso mesmo não tem papas na língua”, diz. “A sátira é a sua arma, o vitupério, a afronta, o insulto, e a história em ebulição é o seu alvo”, emendou.
Para conhecer o autor
José Edward nasceu na cidade de Brasília de Minas, no Norte de Minas Gerais. Formou-se em Comunicação Social pela PUC-MG e é, desde o início da década de 1990, um dos nomes de destaque do jornalismo brasileiro, com atuação em grandes veículos de imprensa, como a revista Veja, onde atuou como chefe da sucursal de Minas Gerais por cerca de 15 anos. Nas duas últimas décadas, atuou no campo da comunicação corporativa, tendo comandado as áreas de imprensa da Usiminas, do Governo de Minas e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Antes de se transferir, no final da década de 1980, para Belo Horizonte, onde vive atualmente, destacou-se como ativista de movimentos culturais em sua terra natal, Brasília de Minas, e em outras cidades do Vale do São Francisco. Foi também um dos líderes dos Encontros Populares de Cultura (EPCs), movimento que marcou época em Minas no período de transição da ditadura para a democracia.
José Edward foi também um dos responsáveis pelo resgate e divulgação da obra do músico, compositor e luthier Zé Côco do Riachão (1912 – 1998), tendo produzido um disco (“Voo das Garças”) e editado um livro/songbook (“Artesão de Sons”) sobre sua vida e obra. Produziu ainda o antológico disco “Autóctone”, de Marku Ribas, outro genial artista mineiro.
Serviço:
Lançamento: Poemas Vagabundos
Onde: Casa da Floresta - Rua Silva Ortiz, 78, bairro Floresta, BH
Horário: das 16h às 21h