Dar voz e visibilidade ao Hip Hop produzido por artistas locais e de Minas Gerais. Esta é a proposta do projeto Cidade Hip Hop que retorna depois de três anos a Belo Horizonte amanhã. Como atrações, o evento destaca Radical Tee, histórico rapper local, referência para as gerações do rap por aqui, e a paulistana Yzalú, conhecida por unir violão com a linguagem contemporânea do Hip Hop além de ter grande representatividade no cenário feminino e negro. 

O festival será a porta de entrada para Yzalú vir a capital mineira pela primeira vez. Como ela aponta, é a “força do Hip Hop” que consegue a transportar para longe de seus domínios. “Essa rede me possibilita estar aí em um festival tão importante quanto o Cidade Hip Hop. Estava na expectativa de iniciar esse tipo de relação com BH”, diz ela, que divide a noite com um dos pioneiros do rap na cidade. Radical Tee tem 25 anos de estrada, a maior parte ao lado do Retrato Radical, grupo histórico do rap brasileiro do qual é um dos fundadores. “Quero muito dar um abraço nele, dizer o quanto ele é essencial”, garante Yzalú. 

Assim, a dobradinha entre Tee e Yzalú denota o caráter antológico do evento, no sentido de reunir várias facetas do Hip Hop. Nesse sentido, a rapper é símbolo de para onde esta cultura está indo, sendo ela uma mulher negra, da periferia e carregando um violão. “Conheço o violão antes de conhecer o rap”, explica. “Mas eu sou muito próxima do rap, tinha muito acesso a ele. Transpassar este estilo pro violão foi natural”. Sobre a questão do feminino, ela sublinha que as “minas sempre estiveram presentes no rap”, mas que, durante muito tempo, foram cantadas apenas as demandas masculinas– no sentido que estas eram as novidades. “Agora, chegou a hora das nossas pautas, de atender as questões das mulheres”, garante ela. 

Serviço
Cidade Hip Hop, amanhã a partir das 22h, no Necup (Av. Nossa Senhora de Fátima, 3.312– Prado. Ingressos: R$10 e R$5 (meia)