Projeto estimula produção de filmes em comunidades mineiras

Paulo Henrique Silva
27/07/2019 às 16:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:44

(LUCAS DE FILIPPO/DIVULGAÇÃO)

Uma escola de cinema criada a partir do trabalho realizado em várias comunidades periféricas de Minas Gerais. Com quatro curtas-metragens prontos e outros três às vésperas de entrar em produção, o projeto “Cinema na Comunidade” quer ter para as artes mineiras o mesmo papel que o grupo Nós do Morro teve para o setor no Rio de Janeiro, formando pessoas e gerando produtos. Nascido no Morro do Vidigal, na zona sul carioca, o Nós do Morro já tem 33 anos de história, celebrado no cinema por ter sido a origem, em boa parte, do elenco de “Cidade de Deus” (2002). O “Cinema na Comunidade” está começando agora, mas com força para, futuramente, abrir uma escola de cinema no Morro das Pedras, na região Oeste de Belo Horizonte, como pretende o coordenador Júlio de Souza. “Queremos fazer bons filmes, com boas histórias e qualidade artística e técnica. Não queremos que se pareçam com um filme de alunos e fiquem apenas num circuito restrito de exibição. Nosso objetivo é ter um nível profissional para concorrer nos festivais de cinema do país”, registra Souza, coordenador há 15 anos do Centro de Educação e Cultura Morro do Cascalho. A casa oferece várias atividades e serviços à comunidade, mas nos últimos três anos cresceu em Souza o desejo de levar o cinema para o Morro das Pedras. “Projetos que tornam o cinema acessível geralmente são voltados para a exibição. No nosso caso, é levar as pessoas a participarem de um filme, a entrarem num set de filmagem”, assinala o coordenador. O primeiro fruto do “Cinema na Comunidade”, feito com recursos do edital Descentra, da Prefeitura de Belo Horizonte, foi “O Sol Há de Brilhar”, realizado no Morro das Pedras. Depois, já com a aprovação da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, vieram “Anômalos”, produzido em Barbacena, e “Vila União”, em Contagem. Em todos, a escolha do elenco e a discussão do roteiro foram abertas à comunidade. “A gente chega nos locais sem um roteiro pré-definido. Nós primeiramente formamos a turma, em que não é necessário ter experiência em atuação e depois passamos a pensar num curta de ficção”, explica Souza, responsável pela finalização do roteiro. A direção sempre é de Marinho Antunes. O próximo filme a chegar às telas é “Vereda do Tempo”, feito em Paracatu. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por