Os mais novos certamente o associarão a anúncios publicitários – em particular, ao que mostra o lançamento de um carro de uma fabricante francês. Já a turma dos mais "antigos" (com todo o respeito), a sucessos de rádio.
É possível arriscar que mesmo quem não liga o nome à pessoa certamente conhece a voz de Evaldo Braga. É ele quem entoa os versos: "Sorria, meu bem, sorria!/Da infelicidade, que você procurou/Chorar, pra quê?/Chorar/Você deve sorrir/Que outro dia será bem melhor!".
Morto há quatro décadas, no 31 de janeiro de 1973, em acidente de carro – com apenas 25 anos –, o cantor colecionou êxitos que ainda hoje ocupam lugar de destaque na preferência dos brasileiros.
É o que revela o radialista Acir Antão, apresentador do matinal "A Hora do Coroa", na Itatiaia. "As músicas dele estão entre as mais pedidas, rivalizando com Nelson Gonçalves".
Popular
O caráter popular da obra de Evaldo Braga, facilmente identificada com o estilo considerado "brega", é, de acordo com o crítico Mauro Ferreira, responsável por sua permanência. "O povão não se influencia pelo pretenso ‘bom gosto’ ditado na mídia, e é muito fiel a seus ídolos". Como exemplos, cita o número de cópias vendidas por Roberto Carlos no mais recente EP e os shows, sempre lotados, do grupo Roupa Nova.
Jornalista e produtor musical, Thiago Marques Luiz tece considerações acerca da figura do cantor, que viveu em meio a boatos de abandono e dificuldades financeiras. "Diziam que ele imitava o Agnaldo Timóteo, mas o Evaldo era mais exagerado, não só no vestir, como no gestual". Quem acessar o Youtube poderá conferir diversos vídeos em que, trajando o habitual vermelho, o cantor apresenta-se no Cassino do Chacrinha.
Efêmero
"Ele teve uma passagem efêmera, mas muito marcante na música brasileira", avalia Acir Antão, que diz lembrar da data de falecimento do músico "como se fosse hoje". "Por ter vivido na rua, ele formou um temperamento explosivo. Tinha acabado de fazer um show em Belo Horizonte, brigou com a namorada e, apesar do apelo de amigos para voltar outro dia, decidiu tomar o rumo de casa", conta.
O acidente fatal ocorreu na BR-3, estrada entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro, quando o veículo do compositor, dirigido por seu motorista, chocou-se com um caminhão ao tentar a ultrapassagem.
No documentário "O Ídolo Negro", produzido por Armando B. Mendes Filho em 1997, o ex-jogador Dadá Maravilha relembra o convívio e as brincadeiras entre eles: "A gente se provocava mutuamente, eu o chamava de ‘pato rouco’, e ele dizia que eu era ‘perna de pau’".
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