(Divulgação)
Antes de tudo é necessário pontuar: Josh Homme é um dos nomes mais inventivos do rock nas últimas décadas. O frontman do Queens Of The Stone Age nunca se furtou a perseguir, com ousadia e segurança, novos caminhos e referências. Sem fórmulas batidas, Homme e sua trupe se mantêm na vanguarda ao passear por diferentes ambientes sonoros e manter, ainda que sem amarras estéticas, certa identidade musical.
Prova disso é própria discografia do QOTSA: do chapado e acessível “Era Vulgaris” (2007) a banda saltou para o difícil e denso “Like Clockwork” (2013); agora, chega a “Villains”, que marca uma nova fase, mais pop e dançante.
Sétimo álbum de inéditas do grupo californiano, “Villains” é carregado de elementos eletrônicos que dão às faixas um apelo de pista de dança. Um dos culpados pelo resultado, com certeza, é Mark Ronson, que assina a produção musical do álbum. O britânico é conhecido por seu trabalho, intensamente pop, junto a nomes como Amy Winehouse e Bruno Mars.
O disco mostra a que veio logo na primeira faixa, “Feet Don’t Fail Me”. Uma crescente pop e eletrônica dá lugar a um riff dançante e uma bateria binária, à lá Them Crooked Vultures (projeto de Homme com Dave Grohl e John Paul Jones). Na sequência, vem “The Way You Used to Do”, com palminhas dançantes e um riff bem indie e pouco inspirado.
Uma das melhores do disco, “Domesticated Animals” é a hora mais acertada da fusão entre o stoner rock, sujo e denso, com elementos eletrônicos. Após a cansativa e arrastada “Fortress”, vem outro bom momento do álbum, com “Head Like a Haunted House” e “Un-Reborn Again” que trazem influências desde o punk até o rock setentista e psicodélico.
O vaivém continua com “Hideway”, que não convence, e “The Evil Has Landed”, que já empolga. Com a melódica e quase sonolenta “Villains of Circumstances”, o disco acaba.
“Villains” pode não ser o melhor momento mais certeiro do QOTSA, mas mostra o quanto a turma de Josh Homme está disposta a experimentar. É aquilo: só vacila quem se arrisca.E o tropeço faz parte.