(Paris Filmes)
Em “Esperança & Glória” (1987), o diretor britânico John Boorman mergulhou em suas memórias de infância da época em que Londres era impiedosamente atacada pelos alemães.
Mas ali, apesar de mostrar suas descobertas sobre o sexo oposto, não estava muito presente o olhar reverencial dirigido às mulheres, sublinhado em “Rainha & País”, que entra em cartaz nesta quinta-feira (25). É uma continuação das histórias do personagem (agora já não tão menino assim, com seus 18 anos), que passa a ver a guerra “por dentro”, como um integrante do Exército.
Sem botar os pés no front, Bill vira um sargento de quartel, ensinando recrutas a datilografar e com uma visão nada patriótica sobre a as hierarquias militares, que beiram o patético. Entre a rigidez absurda de um oficial e a insubordinação anarquista do amigo de Bill, o Exército vira uma brincadeira de meninos-adultos, estampada na caçada ao autor do roubo de um relógio-cuco.
O que interessa a Boorman é acentuar a diferença de mentalidade desses homens de guerra com as mulheres que os gravitam, todas elas exibindo pensamentos mais complexos sobre a vida. E a guerra é o menor desses problemas.