No repertório, “Kátia Flávia, a Godiva de Irajá”, “Jorge da Capadócia”, “Rio 40 Graus” e “Veneno da Lata” (Murilo Alvesso/Divulgação)
A apresentação de Fernanda Abreu nesta sexta-feira, na Serraria Souza Pinto, terá um gostinho de primeira vez. Grande atração da festa organizada pelo coletivo de música eletrônica Masterplano, a cantora carioca estreará o show baseado em seu mais recente álbum, “30 Anos de Baile”, lançado em 2021.
“É um show que traz o conceito de festa e que cabe mais neste tipo de evento com DJs. Não é um show com banda. Não é para ser apresentado em teatro ou festival”, registra Fernanda, ressaltando o formato pocket, criado para ser a “cereja do bolo” de festas de música eletrônica, com duração de apenas 45 minutos.
São dez remixes de canções da “mãe do pop dançante brasileiro”, entre elas hits como “Kátia Flávia, a Godiva de Irajá”, “Jorge da Capadócia”, “Rio 40 Graus” e “Veneno da Lata”, assinadas por alguns dos mais importantes DJs do país – no disco, participações de Emicida e Projota, com direção artística do DJ Memê.
“O disco foi uma celebração da minha parceria de 30 anos com essa cena da pista, dos bailes. Comecei a carreira solo fazendo música pop dançante brasileira. Meu primeiro álbum, ‘SLA Radical Disco Dance Club’, era uma dance music nacional. De lá para cá, os DJs são a galera que curte o meu som, tocando-o nas pistas”, afirma.
Fernanda Abreu foi quem abriu as portas para essa parceria. “Naquele momento, antes de 1990, os artistas não curtiam remixes e os DJs só faziam sets. Depois muitos deles viraram produtores musicais, como o Memê, que passou a trabalhar com Lulu Santos e Gabriel, o Pensador”, lembra.
O estilo que dominava era o rock, que Fernanda ajudou a fomentar, no início dos anos 1980. Ela é da formação original do grupo Blitz, mas mudou a chave quando partiu para a carreira solo. “Meu disco foi muito precursor, juntando computador, sampler, programação e bateria eletrônica. Foi revolucionário”, assinala.
O último disco de estúdio com inéditas de Fernanda Abreu foi “Amor Geral”, lançado em 2016. Devido à pandemia, ela ainda vem realizando shows (com banda, em formato mais tradicional) desse repertório. “Como também lançamos um DVD ao vivo, em março de 2020, deu para seguir um pouco mais”.
Para ela, a prioridade é matar as saudades do palco. “Nunca fiquei tanto tempo longe, nem quando fiquei grávida das minhas duas filhas. São dois anos. Foi muito cruel para quem ama o palco como eu. Por isso, nesse ano vou me concentrar em viajar pelo Brasil, o que vai me dar muito prazer”, anseia.
Serviço
“Masterplano 40 Graus” - Hoje, a partir das 22h, na Serraria Souza Pinto (Avenida Assis Chateaubriand, 889). Ingressos: R$ 70. Classificação: 18 anos
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