Revival: sucessos dos anos 90 estão de volta, fazendo a alegria dos fãs

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
12/06/2017 às 07:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:02
 (Divulgação)

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Está cada vez mais fácil segurar a barra que é gostar dos anos 90. Ignorando quem torce o nariz para a época em que Raça Negra e Backstreet Boys reinavam, amantes de nomes e ritmos que embalaram muitas festas e paqueras podem aproveitar os revivals sem culpa.

Grupo que explodiu em 1997 com o hit “MMMBop”, os Hanson vêm à capital mineira em agosto, para alegria dos fãs dos irmãos Isaac, Taylor e Zachary. 

O grupo Molejo, um dos principais representantes do pagode que borbulhava no Brasil dos anos 90, ao lado do axé, também ressurgiu com força e relembra antigos sucessos em show no Chalezinho, em Belo Horizonte. Sem os macacões coloridos, uma das marcas do grupo, eles se apresentam também em Pedro Leopoldo, na véspera do feriado. 

Mesmo sem renovar os hits, Raça Negra ainda arregimenta grandes públicos para fazer coro em canções como “Cigana” e “Cheia de Manias (Di di di di di ê).

Depois de quatro anos, o Biquini Cavadão se apresentará no KM de Vantagem Hall em 24 de junho, trazendo o novo trabalho, “As voltas que o mundo dá’, sem conseguir descartar antigos sucessos do setlist, como “Tédio” e “Vento Ventania”.

Para o pesquisador de música e cultura popular Ricardo Frei, esse resgate é natural. “Gerações mais novas buscam conhecer e entender o que teve protagonismo anteriormente”, avalia. “Retomar isso também é buscar um artista pronto, cuja obsolescência programada já passou”, acrescenta. 

O produtor cultural Marcelo Santiago vê essa retomada como um movimento de contestação. “Esse resgate, pra mim, tem um pouco disso: uma nostalgia de um tempo não vivido, uma busca de identidade e contestação. Como se fosse uma resposta a indústria cultural. ‘Não gosto do que me é imposto hoje em dia e busco algo com o qual me identifique’”, pondera.

Referência a ‘baú de sucessos’ é movimento natural 

Tocados massivamente nas rádios e presentes em programas de televisão, os grandes sucessos dos anos 90 marcaram um período de forte consumo da música brasileira.

“Nossa memória musical da década de 90, principalmente de seu início, é profundamente marcada não por músicas estrangeiras, mas por músicas nacionais”, aponta o pesquisador Ricardo Frei.

Até os dias atuais, a relação com os sucessos da época continua forte. Fundador do bloco belo-horizontino “Me Beija Que Sou Pagodeiro”, que agrega hits do pagode dos anos 90, Matheus Brant conta que ficou surpreso com a adesão espontânea do público quando leva o bloco às ruas da capital.

“As pessoas ouvem e começam a cantar. Acho que é algo que ficou tanto no ouvido delas que elas acabaram assimilando. Era um tipo de música que tocava massivamente nas rádios”, lembra Matheus, que acabou levando a experiência de revisitar sucessos do pagode dos anos 90 também para seu álbum “Assume Que Gosta”, lançado em 2016.

“O que me chamou a atenção quando voltei a trabalhar com esse tipo de música foi o fato de elas serem provocadoras. Elas tinham vitalidade. No meu disco tentei trazer isso para o meu horizonte atual”, explica Brant, que aponta a importância de ir além de apenas uma reprodução das músicas.
“É interessante buscar referências anteriores, mas sempre atualizando, trazendo para o mundo atual”, aponta.

O “revival” dos anos 90 não fica apenas no Brasil.Exemplo recente desse movimento, a cantora Camila Cabello, ex-integrante da girlband Fifth Harmony, sampleou “Genie In The Bottle”, sucesso de Christina Aguilera em 1999, em “Crying In The Club”.

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