'Reza a Lenda' contrapõe o moderno e o arcaico

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 29/10/2016 às 21:27.Atualizado em 15/11/2021 às 21:26.

É impossível ver o brasileiro “Reza a Lenda”, disponível na plataforma streaming do Telecine Play, sem se lembrar de “Mad Max”, especialmente na ideia de um apocalipse em que o progresso (a forte presença das máquinas) se contrapõe à barbárie.

Em relação à refilmagem de “Mad Max”, lançada ano passado, outro ponto comum é a guerra pelo domínio da água, exibida de forma simbólica na produção dirigida por Homero Olivetto, o que se torna um de seus aspectos mais interessantes.

A única maneira de conseguir água, segundo uma lenda levada à risca por um grupo de motoqueiros liderado por Ara (Cauã Reymond), é roubar a imagem de uma santa que está nas mãos de um “coronel”, que ganha dinheiro cobrando ingresso para vê-la.

O cenário é o Nordeste, com as suas tradições e linguajar sobrepostos nos elementos do Velho Oeste. Assim como em “Mad Max”, o lugar vira uma terra sem lei com motos substituindo os cavalos, percorrendo estradas áridas e deixando mortes pelo caminho.

O texto é pouco inspirado (a “donzela” Luisa Arraes pede a Cauã para fazer xixi e ele responde com um “tá”, num diálogo desnecessário), mas o subplot chama a atenção – o melhor para a distribuição igualitária de água é acabar com velhos conceitos.

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