Roberto Menescal reuniu time de peso em disco e DVD na celebração dos 80 anos

Jéssica Malta
08/07/2019 às 08:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:26

(JulianaTorres/Divulgação)

Foi ao lado de artistas de diferentes gerações – dentre eles Ney Matogrosso, Fernanda Takai, Lenine, Danilo Caymmi, Paulinho Moska e Zélia Duncan – que Roberto Menescal decidiu celebrar oito décadas de vida. O encontro desse time de peso rendeu o disco e o DVD “Roberto Menescal 80 anos”.

“A ideia não foi minha, eu só fiz o aniversário”, brinca Menescal, revelando que o projeto foi um convite de João Mário, dono da gravadora Som Livre, e do roteirista e compositor Paulo Mendonça. “Eles me chamaram para um almoço e falaram que queriam me dar esse presente. Aceitei e achei muito bom”, lembra, satisfeito. 

Para colocar no papel a ideia, Menescal sugeriu 40 nomes – 17 fecharam a lista final do trabalho. “Tinha artista que não pôde fazer, outros que já estavam fazendo turnê. Foram escolhidos os que quiseram e estavam disponíveis”, explica.

A escolha do repertório também não ficou a cargo dele, mas sim dos convidados. “Praticamente todas as canções foram escolhidas por eles. Dois escolheram a mesma música, mas aí combinaram entre eles mesmo”, conta Menescal. 

Dentre as canções escolhidas pelos artistas, Menescal confessa que a do pernambucano Lenine foi a mais surpreendente. “Ele escolheu ‘Adriana’, uma música que é meio desconhecida, porque fiz para o nascimento da minha filha”. 

Apesar da escolha inesperada, o registro da canção valeu à pena – inclusive para a filha de Menescal, musa inspiradora da canção. “Para ela, foi uma surpresa. Ela ficou emocionadíssima, ainda mais por ser muito fã do Lenine”, revela o artista. 

Mas além da canção, digamos, mais “lado B” do novo trabalho, o registro não deixa de lado grandes sucessos da carreira de Menescal, e inclui músicas como a icônica “O Barquinho”, acompanhada de “A Volta”, “Rio”, “Você”, “Nós e o Mar”.

Gravado no Rio de Janeiro em 2017, o trabalho é considerado um presente pelo músico. “Foi um projeto muito bacana, porque é difícil reunir 17 pessoas para gravar em dois dias”, afirma, destacando a experiência. “Você via o pessoal chegando, um dando força para o outro. Todo mundo muito feliz e eu mais feliz ainda que todos eles”. 

Incansável

Menescal, agora com 81 anos – vale explicar que o trabalho comemorativo pelos 80 anos foi gravado em 2017, mas lançado somente neste ano – está recheado de planos para 2019. “Estamos saindo com um disco no final do mês, um projeto chamado ‘Bossa Got The Blues’, que fiz com meu filho. Fora isso, entro em estúdio com a Leila Pinheiro e o Antônio Adolfo. Me junto também à Fernanda Takai para fazer o DVD do projeto que fiz com ela, o ‘Tom da Takai’. Vou gravar o projeto ‘Cazuza em Bossa Nova’. Além disso, tenho também as viagens para a Europa, vamos nos apresentar em alguns países”, lista Menescal. “Até o natal está tudo completo”, garante. 

E qual o segredo para tanto fôlego e fome de projetos mesmo depois de mais de meio século de carreira? A paixão pela música. “A minha motivação é acordar, olhar para o espelho, fazer uma caretinha e falar: vamos lá! Haja chuva, haja sol. Eu adoro o que eu faço”, afirma.

E é com os olhos no futuro que o músico fala sobre a própria trajetória. “As pessoas me perguntam se eu sinto saudade. Mas eu não sinto, eu tenho alegria de ter passado pelo que passei. Saudade eu tenho do futuro. Tenho tanta coisa para fazer. Quero pensar no que estou fazendo hoje e no que vou fazer amanhã”, diz. 

Feliz com sua jornada, Menescal também garante que não mudaria nada na caminhada artística. “Claro que tem uma besteira que você faz um dia, mas isso faz um dia. Tem outros. Mas isso faz parte de uma trajetória de muitos anos”. 

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