Rock 'levanta defunto' do Kadavar chega hoje à BH

Hoje em Dia - Belo Horizonte
Publicado em 28/02/2018 às 18:39.Atualizado em 03/11/2021 às 01:37.
 (Elizaveta Porodina/Divulgação)
(Elizaveta Porodina/Divulgação)

O ciclo nostálgico do pop rock tem dessas coisas: de tempos em tempos, curiosamente em um intervalo de duas décadas, certos trejeitos tendem a ser repetir. Por exemplo: durante a década de 80, muito dos sons, posturas e comportamentos dos anos 60 vieram à tona em uma série de bandas. Idem para os anos 90 em relação aos 70, os 2000 voltam aos 80 (e consequentemente aos 60...) e por aí vaí.

Segundo essa equação, é só fazer as contas para descobrir quais são as referências imediatas para o Kadavar, banda alemã que surgiu em 2010 e toca hoje no Studio Bar. “Quando eu comecei a comprar discos, me interessava por esta praia mais setentista, tanto pelo punk inicial de bandas como os Stooges e o MC5, quanto pelos som mais pesados, hard rock”, revela o vocalista e guitarrista. Christoph “Lupus” Lindemann

Quem escuta os álbuns da banda, consegue perceber bem isso: um amálgama empolgante deste período, em timbragens e estrutura de composição. Cria-se uma tentação em filiá-los a uma cena musical que de alguma forma retomou estes princípios, o stoner, mas Lupus joga para escanteio estas conexões. “Não, definitivamente esta não é nossa praia, nosso tipo de som”. 

Além disso, apesar de terem incluindo um cover da música “Reich der Träume” da falecida cantora germânica Nico, como faixa bônus de seu álbum “Berlin”, de 2015, o grupo não vê conectado outros com clássicos exemplares do rock alemão, como Tangerine Dream ou Can. “A única conexão, é que somos bandas alemãs. Mas sabemos do relevo e da importância deles, claro. Temos nossas tradições, do hard rock de Scorpions ao kraut, do Can, passando pela música eletrônica, techno”elenca.

De qualquer maneira, eles não negam proximidades mais contemporâneas. Em 2014, realizam uma turnê com o grupo australiano Wolfmother, que assim como os alemães, beberam fartamente da música de Led Zeppelin ou Deep Purple. [8]“Talvez o lançamento do primeiro disco deles, em 2006, tenha sido inaugural para esta nova cena, voltada para um rock mais ‘real’, feito na mão”, acredita o músico. “Durante parte das décadas anteriores, o gênero estava muito ligado à produções de estúdio, com um certo teor artificial. Bandas como eles sugeriram uma volta às raízes do gênero. E a nossa ligação com o Wolfmother talvez tenha sido nossa introdução ao grande público”.

Seu alcance chegou ao Brasil, onde tocaram em 2015, e voltam agora para uma semana de apresentações. O show da terça-feira, em Santa Maria, no interior gaúcho, foi um bom começo. “Foi um ótimo show, assim como na primeira vez. Voltamos para nos divertir de novo”, diz.

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