Ruy Castro e Heloisa Seixas lançam livros nesta terça em BH

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
Publicado em 15/10/2018 às 17:51.Atualizado em 10/11/2021 às 02:58.

“Esse livro é um oásis no meio do deserto. Até eu mesmo, que sou o autor, pego para folhear e me sinto no meio de uma ilhazinha, com uma palmeirinha e uma caixinha de sorvete ao meu lado”. É assim que o escritor e jornalista mineiro Ruy Castro explica “A Arte de Querer Bem” (Estação Brasil), uma das obras que ele lança nesta terça-feira (16) em Belo Horizonte, no Sempre Um Papo.

Permeado por visões e histórias otimistas, o escritor acredita que o livro não poderia ter vindo em melhor hora. “Fico falando de política, de economia o dia inteiro. Tem dias que tenho vontade de falar de alguma coisa agradável, alguma coisa bonita que aconteceu com alguém ou comigo mesmo”, diz. Em tempos de preocupação, intolerância e polarização, o escritor tem um propósito: “Quero que seja algo que você leia e se sinta bem, algo que talvez até revigore a sua fé e esperança e que veja que nem todo mundo é tão cretino quanto nos parece”.

Em “Trêfego e Peralta: 50 Textos Deliciosamente Incorretos” (Cia das Letras)”, a outra obra que lança na capital, faz o caminho inverso. “Ele é o lado b. Só tem artigos, textos polêmicos. Um deles sobre o cocô, publicado no jornal mais conservador do país, que é o Estado de São Paulo”, conta o autor.

O tema inusitado do texto, porém, não veio por acaso. “Quando a matéria saiu, há uns 15, 20 anos, as conversas no país estavam girando em torno disso, porque naquela semana, o Siron Franco fez uma escultura de cocô e colocou em Brasília”, lembra.

Apesar de fazer um mergulho em sua produção jornalística, o autor ressalta que não há vaidade nenhuma no projeto. Tanto que a ideia da coletânea partiu de sua esposa, a escritora Heloisa Seixas. “Para fazer uma obra como essa, precisa ter uma ideia por traz. Não é uma coisa vaidosa, só porque você quer ser um autor de livro. Isso não quer dizer nada para mim”, afirma.

Foi também de Heloisa a tarefa de selecionar e organizar os escritos de Castro. “A seleção é monumental. Nesses 50 anos de trabalho, não teve um que eu não tenha produzido algo para a imprensa. Tem uma variedade enorme de assuntos”, sublinha o autor, que não descarta a possibilidade de fazer outros livros do gênero. “A paixão da minha vida é a palavra”, define.

Mais lançamentos

Seixas também vem à BH para lançar o seu “Agora e Na Hora” (Cia. das Letras), finalista do Prêmio de Literatura de São Paulo. Apesar do reconhecimento ao trabalho, a escritora conta que o percurso para a produção da obra não foi das mais simples. “Aconteceu uma coisa estranha e eu fiquei com a sensação de que quando eu terminasse esse livro, eu ia morrer, porque o personagem morre logo no início”, lembra.

Mas o temor dela foi vencido. “Consegui superar quando tomei as rédeas e me impus sobre o personagem. O livro fala de um embate entre o escritor e o personagem: essa foi a maneira que eu consegui vencer esse medo”, diz a escritora.

É sobre essa experiência que ela conversa com público na capital. “Vou discutir também essa questão da realidade com a ficção. O escritor sempre é perguntado sobre o quanto de sua vida existe na obra. É uma fronteira muito difícil de determinar e eu acho isso muito fascinante na escrita”, diz.

Serviço: Ruy Castro e Heloisa Seixas no “Sempre Um Papo”, nesta terça-feira, às 19h30, no auditório da Cemig (Rua Alvarenga Peixoto, 1200 – Santo Agostinho). Entrada gratuita

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