Sediado em prédio histórico, Conservatório UFMG comemora duas décadas de espaço cultural

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
03/09/2020 às 19:03.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:27
 (MARCELO PALHARES SANTIAGO/DIVULGAÇÃO)

(MARCELO PALHARES SANTIAGO/DIVULGAÇÃO)

Vez ou outra ele recebe a visita de um especialista, para checar se está tudo em ordem. Desde março, porém, uma das grandes atrações do Conservatório UFMG está muda, à espera do retorno dos concertos. “Temos um piano maravilhoso, uma das razões de tantos músicos quererem se apresentar aqui”, registra Fernando Rocha, diretor do Conservatório.

O instrumento é uma das “heranças” da antiga Escola de Música da UFMG, que se transferiu para o campus, na região da Pampulha, em 1997. Após ser restaurado e ampliado, o prédio histórico virou espaço cultural em 2000. Apesar de fechado devido à pandemia, várias atividades estão sendo programadas para lembrar as duas décadas.

Nas redes sociais, a partir do meio-dia, será lançado hoje um vídeo comemorativo com depoimentos de diretores e funcionários que ajudaram a construir este novo capítulo. “Embora tenha uma vocação natural para a música, por causa de sua história, nossas atividades vão muito além, recebendo seminários, exposições e lançamentos de livros”, assinala Rocha.

Juntamente com a fachada do prédio localizado na Avenida Afonso Pena, que mantém as características originais da fundação (em 1926), o piano da marca Steinway é um dos resquícios da Escola, voltada tradicionalmente para a música erudita. A predominância deste estilo ficou no passado, com o Conservatório se abrindo a obras contemporâneas e populares.

“Recebemos de choro e samba a MPB e forró. Não deixamos de lado as apresentações de música erudita, mas buscamos quebrar um pouco este estigma de que é algo elitizado”, sublinha. 

Uma das ações neste sentido era o programa “Quarta Cultural”, que acontecia no horário do almoço, na entrada do Conservatório, do lado da rua Guajajaras. “Foi uma forma de as pessoas descobrirem o espaço e deu muito certo”, destaca. 

Quando retomar as atividades presenciais, o Conservatório UFMG buscará incrementar a programação infantil. “A gente percebeu essa lacuna e há uma carência na cidade para este tipo de atração”, adianta o diretor Fernando Rocha

A mudança de programação também representou um maior interesse de artistas jovens, especialmente na série “Palco Livre”. Geralmente a organização recebe mais de 100 inscrições para 15 apresentações durante o ano. Em 2020, por conta da pandemia, nenhum show foi realizado.

Rocha, que assumiu a direção do Conservatório em 2018, busca tirar proveito da paralisação compulsória, traçando novas rotas para o próximo ano. “Nosso foco sempre foi o presencial, porque, com programação de segunda a sexta, não tínhamos muito tempo para dedicar ao Centro de Memória. Agora estamos resgatando uma memória musical e da cidade que data de mais de 90 anos”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por