(Teia)
Uma das perguntas mais frequentes aos diretores Clarissa Campolina e Helvécio Marins Jr. é sobre o processo criativo de “Girimunho”, primeiro longa-metragem da dupla que ganhará na terça-feira (26), no Cine 104, uma exibição especial para marcar o seu lançamento em DVD. A indagação sobre a maneira como o filme mescla ficção e documentário a partir de histórias verdadeiras de anônimos que vivem no sertão mineiro é respondida nos extras do DVD montado pela distribuidora maranhense Lume. “Foi super desafiador, porque tínhamos um roteiro inspirado nas experiências dos personagens, como a transformação na vida de Dona Bastú, que tinha acabado de perder o marido. Na hora de filmar, passamos a ter uma atenção constante no que eles iriam dizer ou redizer, muitas vezes contando coisas diferentes”, revela Clarissa. A diretora salienta que, a cada vez que era contada, a história se modificava. “Isso nos levou a, durante as filmagens, criar junto com elas”, destaca Clarissa, que não descarta influências de diretores que também se embrenharam no folclore e na reencenação, como o tailandês Apichatpong Weerasethakul. “Mas não é uma influência direta. Depois do filme pronto, esses apontamentos são possíveis, mas na hora da filmagem é tudo intuitivo. A proximidade se deve ao fato de bebermos na mesma fonte, que são as coisas do imaginário”, registra a diretora, que já prepara um longa solo para breve: “Canção ao Longe”.