A questão não é a religião pura e simplesmente, mas o comportamento humano por trás dela, a superstição em todos os âmbitos, o folclore e as referências populares. A questão é que se a trajetória artística, as invenções e as obras do artista plástico paulista Stephan Doitschinoff pudessem ser resumidas em poucas linhas, ele mesmo, possivelmente, as definiria dessa forma.   “As minhas obras não tratam sobre a religiosidade em si”, esclarece Doitschinoff, 35 anos, em entrevista por telefone, de São Paulo, para completar em seguida: “Minhas referências sim, partiram dela, mas meu trabalho pede uma experimentação que não se limita nem mesmo aos símbolos que referencio em meus trabalhos”. 
  E são dos símbolos utilizados pelo artista que nascem sutis – porém ácidas – críticas à sociedade contemporânea. Sua obra (transcrita na linguagem simbólica e em códigos iconoclastas) propõe um olhar novo e inusitado sobre questões muitas vezes menosprezadas. Os trabalhos mostram renúncia, retratam afirmações e denunciam questões políticas.

    Livro
Artista revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 2009, Stephan concorda que sua busca pelo registro da identidade cultural e os trabalhos que produz em territórios públicos dizem muito sobre sua inquietação. “Não quero fazer parte de um grupo que faz arte só para os que vão ao museu. Quero ocupar os espaços públicos, mantendo o pensamento livre”.
  Aos colecionadores de arte contemporânea e aos curiosos que querem conhecer minúcias da obra de Doitschinoff, vale conferir a monografia “CRAS” (Editora Gestalten) – um compilado de pinturas, esculturas, instalações e performances públicas realizadas pelo artista a partir de 2008 (leia mais nos textos ao lado). 

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