O penetrante olhar feminino. Que, às vezes, corta como lâmina, e ao qual nada passa despercebido – seja a existência, os relacionamentos, a solidão. Aos 33 anos, Simone Teodoro diz que a poesia sempre foi, para ela, algo necessário. Quase como respirar. E para dar vazão à sua produção, ela lança neste sábado (9), às 10h30, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil (rua Carangola, 288), o livro “Distraídas Astronautas” (Patuá, R$ 35).

“São poemas (39, ao todo) com um olhar feminino ‘da’ e ‘sobre’ a mulher. Tem outro detalhe importante que é essa subjetividade feminina. Ela flerta com o erótico”, diz Simone.

Mas, claro, há outros temas que permeiam o livro. Caso do poema que empresta o nome à obra, e que é uma metáfora que pode ser aplicada a várias situações, inclusive à viagem solitária que é o ato de escrever poesia. Em “Ventos Brutais”, a poetisa fala das pequenas coisas da vida.

“Desde a infância sou leitora de poesia, à qual muitos deixam de lado por achar que não compreendem. Bobagem.
É uma questão de hábito, de se acostumar a esse gênero”, observa ela, que cita a influência da argentina Alejandra Pizarnik, do português Fernando Pessoa e da brasileira Ana Cristina César (principal voz feminina da poesia marginal dos anos 1970).

Batalhadora incansável, Simone mantém em atividade, desde 2006, o calidapoesia@blogspot – da última postagem consta o poema “Balada Para uma Estrela Partida”, sobre os amores que terminam.

Atualmente, Simone acumula a função de diretora da Biblioteca Pública Infantil e Juvenil com o mestrado em Letras (Literatura Brasileira) na UFMG. Sobre novos projetos, ela é rápida no gatilho: vai logo avisando que já tem outro livro na cabeça.

“São poemas nessa mesma linha confessional e introspectivo. Ainda estou trabalhando neles”, avisa a poetisa, sem pressa. Importante, agora, é, claro, lamber a primeira cria.

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