Site "Mulheres do Cinema Brasileiro" celebra 10 anos com 700 representantes

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
09/02/2014 às 09:10.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:54
 (Sagres Filmes/Divulgação)

(Sagres Filmes/Divulgação)

Já são mais de 700 representantes do sexo feminino “mapeadas” no site mineiro “Mulheres do Cinema Brasileiro”, que completará dez anos de existência no próximo dia 12 de maio.

Apesar da “concorrência”, em que se destacam vários nomes que compõem a cadeia produtiva do cinema nacional, uma, em particular, se sobrepõe: Helena Ignez.

A atriz e diretora, que marcou presença com sua beleza e talento em filmes de Glauber Rocha, Júlio Bressane e Rogério Sganzerla, é a mais lembrada na seção onde homens homenageiam suas colegas de trabalho.

Por ser espontânea, a reverência à musa do Cinema Novo e Cinema Marginal na seção intitulada “Lilian Lemmertz” (outra importante atriz de nosso cinema) serve como baliza.

Sem igual

“São depoimentos livres, em que não faço nenhum tipo de pergunta. Eles podem escolher qualquer nome, de qualquer área, e falar o quanto quiserem”, explica Adilson Marcelino.

Criador e editor do site, o pesquisador analisa a preferência dizendo que “Helena representa, até hoje, o que há de mais moderno” no cinema brasileiro. “Não há nada parecido com ela”.


Um dos admiradores do trabalho de Helena é o diretor Ricardo Miranda, que teve seu mais recente longa-metragem, “Paixão e Virtude”, exibido na 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

Admiradores

Em entrevista ao “Mulheres do Cinema Brasileiro”, Miranda observou que somente a veterana atriz poderia descer de um morro, com a câmera no chão, em que sua forma de caminhar está apoiada no seu texto. “Só ela seria capaz de fazer aquela cena”, afirmou o diretor a Marcelino. Além de Miranda, também citaram Helena diretores como Guilherme de Almeida Prado, Gustavo Spolidoro, José Eduardo Belmonte, Edgar Navarro e os críticos Carlos Alberto Mattos e Daniel Caetano.

Em Tiradentes, o pesquisador realizou mais nove entrevistas – com as diretoras mineiras Ana Moravi e Aline X, entre elas. Ele garante que ainda faltam muitos nomes para seu site ficar completo.

Telenovelas

Eva Wilma é o seu maior desejo. “Ela carrega uma característica das veteranas da TV, que são muito associadas às novelas, mas que fizeram filmes emblemáticos do cinema brasileiro”.

Eva participou de “São Paulo S/A”, filme de Luís Sérgio Person, lançado em 1965, que traça um painel da industrialização do final da década de 50, com tudo que o advento trouxe de bom e ruim.

Marcelino ainda cita os casos de Yoná Magalhães (“Deus e o Diabo na Terra do Sol”), Glória Menezes (“O Pagador de Promessas”) e Dina Sfat (“Macunaíma”), que também ficaram mais marcadas pelas telenovelas.

A cantora Maria Bethânia é outra que está na lista das mais aguardadas. “Suas apresentações têm um forte lado teatral e ela participou do filme ‘Quando o Carnaval Chegar’, de Cacá Diegues”, justifica.

Escolado

Um ano após ser criado, o site foi agraciado com o Quepe do Comodoro Especial, instituído pelo diretor (já falecido) Carlos Reichenbach para premiar os melhores sites e blogs de cinema.

Esse carinho de Marcelino pelas “mulheres das telonas” foi manifestado primeiramente em papel, no jornal “Folha Popular”, de Contagem, entre 1991 e 1993. Depois ganhou a forma de um fotolog, de 2003 a 2004.

No início, dedicava-se apenas às atrizes e, a partir do site, abriu o leque para outras atividades. Atualmente está sem patrocínio, o que não desanima o seu criador, que se diz “escolado” em tirar dinheiro do próprio bolso.

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