Os mais de 300 comentários e 500 compartilhamentos no Facebook, em solidariedade ao cantor Wagner Cosse – agredido por um espectador na plateia do Grande Teatro do Palácio das Artes, no último sábado, após pedir silêncio à namorada deste, que cantava alto durante show de Lula Ribeiro – levantam novamente a discussão sobre o comportamento do público nos espetáculos.
Ao se dirigir para um cinema, um show ou teatro, o público cada vez mais tem deixado as boas maneiras de lado, assumindo o espaço coletivo como extensão de sua casa. “Não me canso de arrumar encrenca no cinema com gente sem educação. Eu não vou à igreja de ninguém falar alto durante a missa, e, para mim, o filme é o meu culto, o cinema é o meu templo e eu exijo silêncio”, observa o crítico de cinema Celso Sabadin, da rádio Band de São Paulo.
Como no caso de Cosse, não foram poucas as vezes que Sabadin recorreu ao velho shhhh para fazer os espectadores voltarem a prestar atenção no filme no lugar de conversarem. “Certa vez um sujeito me respondeu Silêncio por quê, se ninguém está falando nada no filme agora?”, exemplifica.
Nos festivais de cinema, já são conhecidos os puxões de orelha do crítico, especialmente quando alguém insiste em deixar o celular ligado. “É a nova praga. Sempre espero o momento em que o filme estiver bem silencioso e dou um gritão: Dá pra apagar o abajur aí na frente?.
Geralmente a pessoa fica constrangida e apaga, mas acho que logo logo este comportamento vai ser tão normal que o maluco dentro do cinema serei eu, gritando a toda hora...”, registra.
Ainda no campo do cinema, os espectadores estão achando cada vez mais normal tirar um cochilo e roncar, ou mesmo colocar os pés na poltrona à frente.
Nos shows em teatros, alguns frequentadores não pensam duas vezes em gritar adjetivos ao artista. Isso quando não se levantam e resolvem dançar.
Há ainda os que se fazem de surdos aos pedidos da organização para não fumar em espaços públicos, achando que estão anônimos em meio à multidão.
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