A paixão pelo cinema faz parte da vida da publicitária Mariza Gualano desde os cinco anos de vida, quando adentrou pela primeira vez uma sala de cinema – o Cine Veneza, no Rio de Janeiro – para assistir aos festivais “Tom&Jerry”. Desde então, foram centenas de filmes assistidos. E centenas de frases (ditas por atores e atrizes no écran) devidamente anotadas.
“O poder de síntese de grandes ideias, pensamentos e sentimentos em poucas palavras sempre me atraiu”, conta ela, ao Hoje em Dia. Não foi difícil, pois, unir as duas coisas em um projeto de espectro mais amplo. “Após a compilação de algumas frases de filmes, fiz meu primeiro livro ‘Ouvir Estrelas’”, repassa a autora, que acaba de lançar “Royale com Queijo – As Mais Deliciosas Frases Sobre Gastronomia” (Editora Valentina). O público alvo? O cinéfilo de carteirinha, claro, assim como os amantes da boa mesa – e das boas frases. “O meu objetivo não é só o entretenimento, mas levar o leitor a ver (ou rever) filmes, colocar o cinema em sua vida”.
Depois do livro “Quanto Mais Quentes Melhor”, sobre frases de sexo, a autora achou interessante enfocar um só tema. “Percebi o interesse mundial em torno da gastronomia. São centenas de filmes, livros, blogs, sites e programas de TV sobre o assunto”.
EXEMPLOS
Desafiada a citar filmes que tratem de gastronomia e que a tenham impactado de alguma forma, ela destaca dois, “que falam da vida de forma praticamente antagônica”. No entanto, arremata, ambos convidam à reflexão. “’A Festa de Babette’ é sutil e elegante na sua austeridade. A arte de Babette era quase uma bruxaria naquele lugar tão conservador, mas levou prazer, alegria e um momento de grande epifania para seus comensais. Por sua vez, ‘A Comilança’ é uma fábula de humor negro, chocante, incômodo, perturbador. Os personagens devem comer até morrer”.
Jà “Como Água para Chocolate”, rememora, tem cenas lindas – “e muito sensuais”. “Adoro quando Acella Ramirez, interpretando a sobrinha-neta de Lumi Cavazos, narra o preparo do molho feito por sua tia-avó”. A frase: “Parecia que, num estranho fenômeno de alquimia, não só o sangue de Tita, mas todo seu ser se dissolvia no molho de rosas, no corpo dos odores e nos aromas da comida. Deste modo penetrava no corpo de Pedro, voluptuosa, aromática e completamente sensual”. “É de arrepiar!”, diz, sem esquecer, ainda, a antológica cena de Meg Ryan simulando orgasmo num restaurante, em “Harry & Sally”. “E Estelle Reiner, ao lado, perplexa, diz à garçonete: ‘Quero a mesma coisa que ela pediu’. Hilário!”.