(Ricardo Laf/Divulgação)
O processo de composição não mudou em uma década de trabalho. Mas a realização, sim, passou por um processo bem diferente. Para seu terceiro álbum, o Somba preferiu conclamar alguém de fora para ter um olhar externo para a produção – no caso, Anderson Guerra – e realizar todas as gravações em equipamentos analógicos.
O resultado poderá ser conferido pelo público esta noite, quando o trio lança o álbum “Homônimo”, que chega ao mercado em formato de CD e vinil – para combinar bem com o som extraído do gravador de rolo de duas polegadas.
“Qual roqueiro não sonha em ter um disco com a sonoridade dos álbuns dos seus ídolos do rock?”, pergunta o baixista Avelar Júnior. “A escolha dos meios analógicos vem de um longo romance com esta sonoridade e pela curiosidade de soar como nossos ídolos. A realização deste sonho não seria completa se não investíssemos também na fonte sonora daquela época, o disco de vinil”.
Assim como nos discos anteriores – “Clube da Esquina dos Aflitos”, de 2003, e “Cuma?”, de 2007 –, esse é disco bastante eclético, passando às vezes por uma sonoridade de rock clássico e em outros momentos por ritmos dançantes.
“As referências são de um repertório de estilos mais antigos, como o soul, o gipsy jazz, o folk etc. As letras, sim, são atuais e discutem questões existencialistas próprias do século 21”, explica o baixista.
O conceito do “antigo” se estende a todos os detalhes, inclusive da parte gráfica. Mas o tom não é de saudosismo, mas de diálogo entre passado e presente. “A arte da capa fala um pouco disso, com uma foto de um túnel tirada de um ônibus na Holanda e na contracapa uma foto do centro de BH, também tirada de um ônibus. É uma passagem entre o novo e o velho, o próximo e o distante”.
“Homônimo” conta com diversas participações, sendo que algumas estarão presentes no show desta noite, como Caffeine Trio, Lorena Amaral, o naipe de metais do Skank e o guitarrista André Mola, que acabou se tornando um quarto membro da banda durante o processo.
Segundo Avelar, não se trata de meros convites de amigos, mas, sim, de uma necessidade do talento específico de cada um para cada canção.