Sotaque paulistano no Festival do Rio

FOLHAPRESS
05/10/2015 às 12:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:56

RIO DE JANEIRO  - O Festival do Rio ganha sotaque paulistano nesta segunda-feira (5) com a exibição de três produções de diretores paulistas -duas delas, aliás, bem típicas da terra que proíbe ketchup em pizza.

"Califórnia", de Marina Person, resgata a cidade da garoa nos anos 1980; "Jonas", de Lô Politi, é um drama todo ambientado no bairro da Vila Madalena. Já "Zoom" não traz São Paulo como cenário, mas é dirigida pelo paulistano Pedro Morelli e tem o apoio da Spcine,  a agência de fomento ao audiovisual da cidade.

No filme de Marina, Estela (Clara Gallo) é uma adolescente que amadurece em meio ao pano de fundo da época -Diretas Já, primeiros anos da Aids e fitas cassete com Titãs e The Cure no volume máximo. O filme será exibido às 22h30, no Cinépolis Lagoon (av. Borges de Medeiros, 1.424, tel. 21-2512-3002).

"Queria contar o que era ser jovem na São Paulo daquela época", diz Marina. "Tem um diálogo com quem foi adolescente nos anos 1980 e estou curiosa para saber como isso vai bater nos novos adolescentes."

ABISMO SOCIAL

Em "Jonas", Jesuíta Barbosa interpreta o filho de uma doméstica que nutre uma antiga paixão impossível por Branca (Laura Neiva), filha da patroa de sua mãe. Durante o Carnaval, ele sequestra a garota e a mantém numa baleia usada como carro alegórico de escola de samba.

"Existe um abismo social entre eles, que determina tudo, inclusive o desfecho, mas eu queria tratá-lo pelo viés amoroso", diz Lô Politi, que estreia na direção de longas. O filme, que tem Chay Suede e Criolo no elenco, passa às 16h, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Primeiro de Março, 66, tel. 21-3808-2020).

Já "Zoom" é uma coprodução Brasil-Canadá que mistura animação e live-action para contar três histórias interligadas: Alison Pill faz uma autora de histórias em quadrinhos que cria uma trama sobre um diretor de cinema (Gael García Bernal) que roda um filme sobre uma modelo (Mariana Ximenes) que, por sua vez, escreve um romance sobre a primeira personagem.

O segmento de Gael é todo em animação. "O núcleo dele, que é em história em quadrinhos, pede essa linguagem. Não podia haver técnica diferente", diz Pedro Morelli.

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