Stepan Nercessian encarna Chacrinha em musical

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
25/09/2015 às 08:45.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:51
 (Caio Gallucci)

(Caio Gallucci)

Devidamente computado: foram quatro, as vezes em que, durante a entrevista ao Hoje em Dia, o ator Stepan Nercessian pronunciou, após um átimo de pausa, a palavra “impacto” (ou a variação “impactante”) para definir Abelardo Barbosa – o para sempre Chacrinha, figura a quem homenageia no musical que leva o nome do apresentador, e que chega agora, à capital mineira.

Na verdade, ao atender à reportagem, Stepan parecia ter se esquecido da entrevista agendada. Mas sem traumas. Em questões de segundos lá está ele, a discorrer animadamente sobre a empreitada – e com direito a pitadas de modéstia. “Você acha, sinceramente, que o espetáculo atrairia tanto público por conta do meu nome? Claro que não! As pessoas vão por causa do Chacrinha. É impressionante a força que ele ainda tem. Chacrinha continua sendo um campeão de audiência e comandando a massa...
Todo mundo o ama, e sempre vai ter a mulher que hoje é avó e vai querer mostrar para o neto. O que me resta é me isolar, me esconder, para não atrapalhar o Chacrinha”, diz Stepan, que, inclusive, já incorporou o hábito de, antes de cada apresentação, pedir licença ao homenageado. “E não só a ele, mas também ao Jarbas Barbosa (produtor de cinema e irmão de Chacrinha, falecido em 2005) e ao Nanato (José Renato Barbosa, filho do apresentador), que morreu logo após a gente estrear (ano passado)”, diz.

Quem manda em casa

Quem já viu as fotos ou mesmo trechos do espetáculo (mostrado, por exemplo, no Canal Viva) pode se certificar: a semelhança que Nercessian alcança com o apresentador é de desnortear. Mas é bom frisar que, ao ser convidado pelo diretor Andrucha Waddington para viver esse personagem, o próprio ator teve um momento de indecisão.

“Fã, sempre fui. Aliás, o Chacrinha era único, podia ter até quem não soubesse dizer se gostava ou não, mas ficar indiferente era impossível. Ele prendia a atenção, era algo diferente de tudo. Era muito impactante vê-lo se fantasiar de tudo, de palhaço, curinga, noiva, médico... Como fala o texto (do musical), ele conquistou de cara quem, na verdade, manda na televisão de uma casa, que são as crianças”.

Eu, Chacrinha?

E quem indicou o nome de Stepan? Bem, ninguém menos que Fernanda Montenegro (sogra de Waddington, que é casado com Fernanda Torres). “O porquê de ela ter pensado em meu nome, até hoje não sei”, diverte-se. Certeza absoluta é que, num primeiro momento, veio uma certa hesitação. “Achei que seria um erro. Nada a ver, falei: ‘não sei imitar’. Não me via fisicamente (como alguém capaz de se transmutar em Chacrinha). Com toda sinceridade, falei que já tinha visto outras pessoas imitando, e achava que fariam (o papel) melhor do eu poderia fazer”.

O tempo (e o poder de convencimento de Waddington) provou estar Stepan completamente errado nesta autocrítica inicial. Aos 61 anos (“já no segundo tempo, indo para a prorrogação e os pênaltis”), ele só faz colher elogios, balançando “a pança”.

“Chacrinha – O Musical” – Hoje, 21h,amanhã 16h e 21h, domingo às 19h. Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537). Ingressos: R$ 25 a R$ 100.

Confira algumas frases do "Velho Guerreiro"

“Quem não se comunica, se trumbica!” “Eu vim para confundir, não para explicar”. “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. "Vocês querem bacalhau?" "Vai para o trono ou não vai?" "Como vai, vai bem? Veio a pé ou veio de trem?" "Cheguei, baixei, saravei". "Terezinhaaaaaaaa!"

Veja vídeos de marchinhas de Carnaval que Chacrinha compôs junto com parceiros:

"Melô da Camisinha"

"Maria Sapatão"

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