Supla quer comemorar seus 30 anos de carreira mostrando a todos que continua sem papas na língua. O nome de seu novo disco, previsto para ser lançado no fim do ano, já diz muito: “Diga o que Você Pensa”. Já são cinco clipes disponíveis no YouTube, sendo que “Anarquia Lifestyle” teve 34 mil visualizações em uma semana.
“Nesse disco estou falando abertamente sobre o que está acontecendo. ‘Anarquia Lifestyle’ tem muito a ver com as manifestações que vejo aqui em frente à minha casa. E o sentido da anarquia é respeitar o espaço do outro”, diz Supla. “Sei que vivemos num mundo capitalista, a anarquia é utopia, mas é importante respeitar o outro. Hoje, se pensou diferente, toma porrada”.
O artista se apresenta sábado n’A Autêntica, mostrando algumas das 13 músicas que estarão no novo disco e alguns de seus sucessos de três décadas de carreira, como “Humanos”, “Garota de Berlim”, “Green Hair (Japa Girl)”, “Encoleirado”, “Trip Scene” e “Motocicleta Endiabrada”.
Mesmo que o show lembre músicas mais antigas, Supla garante que não se prende ao passado e faz questão de fazer um som que dialoga com a contemporaneidade.
“O som do meu disco é moderno, é atual, não é velho. Tem muito eletrônico, e o show é bem enérgico. Sou um cara que não pára e não vive do passado, embora tenha o maior orgulho das minhas músicas do passado”, explica.
Prioridade
Mesmo que tenha tido trabalhos na TV, o artista garante que a música sempre foi sua máxima prioridade. “Sempre amei a música, ela me ajuda em tudo, nos momentos difíceis e divertidos”, diz Supla, que chegou a morar por seis anos em Nova York na década de 90 para ficar mais próximo do rock feito pelos ídolos da época. “Já tinha contrato feito para novela e larguei tudo em 94 para entregar pizza em Nova York. Foi muito importante a experiência, me deu muita bagagem”, lembra.
E o mais importante dessa experiência da juventude: nos Estados Unidos, o sobrenome Suplicy não tem peso para ninguém. Supla sabe bem quanto é complicado ser filho de dois políticos – Eduardo Suplicy, candidato a vereador em São Paulo pelo PT, e Marta Suplicy, candidata a prefeita na mesma cidade pelo PMDB. “Estou num fogo cruzado, com a minha mãe no PMDB e meu pai no PT. Não é fácil ser filho de político, mas difícil mesmo é acordar na rua e não ter o que comer”, avalia.
Serviço: Supla n’A Autêntica (rua Alagoas, 1172), sábado, às 22h. Ingresso: R$ 30 (antecipado) e R$ 40 (na porta). Show de abertura: Evil Matchers.