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De “bela, recatada e do lar”, Ana Carolina inspira mesmo é o adjetivo relativo à beleza. Do alto de seus 16 anos de carreira, ostenta uma trajetória de sucessos e polêmicas, principalmente por, ao assumir sua bissexualidade, ter se tornado ícone entre o público gay, e por sempre brincar com este aspecto nos palcos de seus shows. A cantora iniciou seu caminho com canções românticas e pouco críticas, lançou inúmeros temas de novela e hits como “Eu comi a Madonna”, e, agora, conduz o trabalho de forma mais Pop.
Quando fez sua primeira parceria com Seu Jorge nos palcos, em 2005, tinha apenas 5 anos de estrada. Apesar do caminho curto, já era uma verdadeira estrela da música, arrebatando grandes públicos por onde passava – principalmente o feminino, que morre de paixão pela cantora. Agora, a dupla retoma o projeto e volta a se apresentar na turnê “Ana & Jorge”, que tem show marcado em Belo Horizonte amanhã (29), às 22h, no Chevrolet Hall, e circula por todo o país.
Apesar das constantes provocações sobre desentendimentos entre os dois, a cantora afirma que as únicas discussões que têm são artísticas. Sobre o assédio do público, não tem medo de afirmar que também é “culpada” pelo comportamento das fãs: “Nada é por acaso. Onde há euforia, há paixão. Onde há paixão, há amor e, consequentemente, coisas boas”.
Confira abaixo, na íntegra, a entrevista com a cantora:
Em entrevista a este jornal (Hoje em Dia), Bibi Ferreira disse que “a melhor voz brasileira é a de Ana Carolina. Deslumbrante, límpida”. Como é sair do anonimato, construir uma carreira de sucesso, e hoje ser admirada por seus ídolos, panteões da arte brasileira? Já realizou algum “sonho” neste aspecto?
Eu vivo o sonho diário de fazer o que gosto, essa é a mola mestra, o fio condutor. Talvez esse seja o mesmo "material" com o qual uma diva da nossa arte, como Bibi Ferreira, que por décadas está dedicando suas horas, seus sentimentos, suas forças pela arte de entreter. Eu não costumo calcular resultados, eu vivo cada tom, cada dia, cada som, cada plateia. É divino ter o reconhecimento de uma artista como Bibi. Quando cantei com o Tony Bennett, senti estar mais perto dos deuses da música, se cantasse com Bibi sentiria o mesmo.
Ana, a parceria nos palcos com Seu Jorge se deu em 2005, quando você completava cinco anos de carreira. De lá pra cá, já são dezesseis anos de estrada de uma carreira de hits. No projeto artístico e na pessoa Ana Carolina, o que mudou neste tempo?
Evoluí, me transformei com cada segundo que vivi, é assim comigo, com você e com todo mundo, a gente nunca sai ou volta pra cama igual. Experimentei parcerias, aprendi novos instrumentos, aprendi a lidar com o meio em que vivo, sou uma evolução do mesmo sonho de viver da música.
A química entre você e Seu Jorge no palco continua aquela mesma que encantou tanto na época do primeiro show? Assistir vocês dois naquele projeto parecia assisti-los cantando no quintal de casa, de tão à vontade que estavam...
Olha... A gente joga bem juntos, temos diferentes maneiras de ver as coisas, mas acreditamos nas mesmas coisas quando o assunto é qualidade, entrega e a vontade de saciar o público. Cada show é uma emoção distinta, é como um jogo de futebol: as regras são as mesmas sempre, mas os resultados são diferentes. Tem gente que está acompanhando todos os shows e depois comparando. Nossa química é musical, é o respeito pelo profissional da música que cada um se tornou.
As músicas do primeiro DVD de vocês tinham uma voz social grande, principalmente as inseridas por Seu Jorge. E hoje, qual o perfil deste show?
O perfil é divertido, é pra ser feliz como diz a letra de "Mais uma Vez (nós dois)", nosso novo single. São 30 músicas pra todo mundo cantar junto, pra esquecermos das nossas tantas mazelas sociais e políticas. Todos tem o direito de ser feliz.
O que mais lhe atrai em Seu Jorge como artista? E essa história de que vocês não se dão muito bem nos bastidores, como surgiu e o que tem de verdade nisso?
A gente ri com as histórias, mas a relação é saudável e equilibrada, brigamos pelo melhor resultado, é daqueles tipos de relação em que a fricção cria o espaço para o melhor resultado. Mas não há nada que não seja apenas fruto da própria arte e pela arte. Esperamos muito tempo para estarmos juntos novamente e, estamos tão envolvidos e o público tão incrível, que não haveria espaço para discutir algo além da boa música.
Como foi que resolveram retomar a parceria? Vontade de “matar a saudade”, ou para atender o pedido constante do público?
Havia um sentimento de dívida com o público e uma sensação de "quero mais", "querem mais". Seria inevitável.Divulgação
Ingressos para a apresentação em Belo Horizonte custam R$200 inteira e R$100 meia
Belo Horizonte é um público que sempre te recebe calorosamente, mas também com bastante assédio e euforia. Como você lida com esta paixão do público por você, principalmente por parte do público feminino?
Lido bem, tenho parte dessa culpa e nada é por acaso. Risos... Onde há euforia, há paixão, onde há paixão, há amor e, consequentemente, coisas boas.
Sua linha de trabalho hoje é diferente de quando você começou, tende mais ao pop do que às canções românticas e desaceleradas, bem MPB, dos primeiros álbuns. Você gosta de experimentar? Como é seu processo criativo?
O processo é não se repetir, não me colocar em uma caixinha, eu canto balada sim como canto uma valsa, um samba e um forró. Me deixem cantar, que eu canto o que vier. Essa é a graça da música, comecei nos bares de Juiz de Fora e na noite, se você cantar só uma coisa, você não sobrevive.
Na música “Tanta saudade”, de Chico e Djavan, você canta as dores de uma saudade tamanha. Do que Ana Carolina sente saudade e o que espera para o futuro?
Sinto saudade dos meus dias de inocência, sinto saudade dos dias em que ninguém me apontava no shopping: "Olha é ela". Mas eu olho pra frente, sou positiva em relação ao amanhã.
Show Ana Carolina & Seu Jorge em BH
Dia: 29 de abril, às 22h
Local: Chevrolet Hall
Ingressos: www.ticketsforfun.com.br