(Estrela Leminski/Divulgação)
Ao estudar mestrado em etno-musicologia na Universidade de Valladolid, na Espanha, o músico Téo Ruiz decidiu focar a indústria musical brasileira em sua dissertação. Depois percebeu que seria interessante mostrar essa pesquisa aos brasileiros, em uma linguagem mais acessível e coloquial.
O texto final se transformou em “A Autoprodução Musical – Ou Navegando e Carregando a Banda nas Costas com uns Gigabytes a Mais” (Iluminuras). Em linhas gerais, o livro se propõe a analisar o papel do compositor nessa indústria e como sua atuação se modificou ao longo do tempo, frente às transformações
tecnológicas e à revolução digital. Uma transformação no modus operandi de artistas do mundo inteiro, mas as nossas particularidades.
“Procurei usar minha própria experiência como músico, compositor e gestor e transformar esse conhecimento teórico em algo mais prático mesmo, que possa dar agentes que atuam no setor, como é o caso do compositor, em especial o ‘cantautor’, que compõe e interpreta suas canções”, afirma Téo.
Compreensão
De acordo com o autor, o principal problema de artistas que se autoproduzem é a compreensão das mudanças no processo industrial. Entender que não é possível mais pensar em parâmetros que faziam sentido no mundo do século 20.
“Se, por um lado, a estrutura de produção das grandes gravadoras ainda vigora, hoje temos outras formas de se produzir e atuar no mercado que teriam que se adaptar para competir no mercado?”, questiona.
Uma adaptação fundamental é aproveitar todas as oportunidades oferecidas pela internet. “Quando costumavam dizer que a ‘indústria da música estava em antes não existiam”.