(Macaca Filmes)
TIRADENTES – O que está no céu não é um pássaro ou um avião. Tampouco um super-herói trajando uma indumentária nas cores azul e vermelha. Durante os primeiros dias da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes, um aparelho voador chamou a atenção de moradores da cidade histórica, assim como dos turistas que a elegeram para estes dias de janeiro. Trata-se de um drone, uma câmera que alça grandes alturas e é acionada por controle remoto.
Já pensando na comemoração dos 20 anos do festival, que serão completados em 2017, essas imagens estão sendo colhidas, segundo a coordenadora Raquel Hallak, justamente para mostrar o diálogo da iniciativa que se debruça sobre a sétima arte com Tiradentes. “Nossa intenção é ter uma visão mais ampla, das estruturas instaladas à composição desse cenário”, explica Raquel, que acredita ser a primeira vez que a cidade esteja recebendo um drone.
“A grande diferença dele é a variedade de ângulos. Você consegue visualizar a cidade de cima, de baixo, de lado”, diverte-se Raquel. Léo Lopes, da produtora Macaca Filmes, é o responsável por manejar a câmera móvel.
Na segunda-feira, por exemplo, ele comandava voos próximos ao Largo das Forras, ainda que um tanto preocupado com a iminência da chuva, que poderia danificar o aparelho de R$ 7 mil.
A produtora de Ouro Preto é muito requisitada para gravar casamentos, comerciais e programas institucionais. A vantagem do drone, nas palavras de Léo, é ser muito mais barato do que um voo de helicóptero, por exemplo. Desde o início da Mostra de Tiradentes, Léo filmou o Cortejo de Arte, as igrejas e centro histórico. Tudo visto de cima.
O drone é capaz até mesmo de voar sozinho, desde que altura e velocidade sejam programadas. “Você também pode calcular para ele fazer um trecho mais rápido ou subir um pouco em determinada parte do trajeto”, explica Léo, que acompanha o drone pelo GPS do celular. O seu alcance é de três quilômetros de altura e quatro quilômetros de distância.
O público na praça gostou da novidade. Mas o aposentado José Cardoso ficou preocupado com uma possível queda na cabeça de um transeunte. Em cidades como São Paulo, os drones já vêm sofrendo restrições, não podendo ser utilizados em qualquer área. Em Minas, ainda não há regulamentação própria.
(*) O repórter viajou a convite da Mostra de Tiradentes