“Arte sonora não é um estilo, é uma expressão artística que se vale de sons que podem ou não estar englobados no que normalmente chamamos de ‘música’”, diz Frederico Melo, que junto aos artistas Marcelo Kraiser e Rafael Carneiro está à frente do Kallpp. É sob a chancela desta expressão, “que frequentemente está interligada a outras linguagens como artes visuais, dança, e teatro”, que eles apresentam o espetáculo “Pareidolia” amanhã, em um espaço ideal para este tipo de experimentação: a Casa de Arte Suspensa, montada pelo grupo cênico Armatrux, no Vale do Sol, em Nova Lima.

A obra é composta por diversas composições pautadas pelo improviso, envolvendo quatro planos distintos que reverberam e interagem entre si: corpo, som, luz e pensamento. Assim, para representar cada eixo, a dinâmica do espetáculo conta com a performance “Oscilações” da atriz Ludmila Ramalho, e iluminação de Leonardo Pavanelli.

Em um movediço tablado de madeira sustentado por molas, Ramalho tenta se equilibrar e manter sua postura estável sobre ele. Mas o constante movimento das molas gera, além do desequilíbrio, inúmeros ruídos. “Qualquer movimentação dela gera sons que são amplificados, reprocessados e misturados aos sons de instrumentos acústicos e eletroacústicos –construídos pelo Marcelo– que executamos ao vivo”, explica Melo.

Projeto

O Kallp surgiu em 2017 devido ao interesse mútuo de Melo, Carneiro e Kraiser em fazer experiências sonoras na Galeria Resistor, localizada no Santa Efigênia. O nome vem das iniciais de “Kraiser Art Liebermann Lab & Pareidolias em Paralaxe”.

O trio pesquisa aspectos teóricos e técnicos do som e sua interação com o espaço, a performance e a imagem. Utiliza em suas composições e apresentações principalmente instrumentos eletrônicos e eletroacústicos construídos por Kraiser.

Serviço: “Pareidolia” será executado amanhã, às 20h, na C.A.S.A (Casa de Arte Suspensa Armatruz) localizada na Rua Himalaia 69, Vale do Sol, em Nova Lima

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